No início da tarde desta sexta-feira (8), cerca de 300 manifestantes que protestam por moradia, terra e trabalho desocuparam o prédio da Presidência da República, na Avenida Paulista. Eles saíram do edifício, na região central da capital paulista, após conseguirem o agendamento de reunião, para o próximo dia 19, no mesmo local, com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Eles haviam ocupado três andares do prédio, no final da manhã, durante uma passeata pela avenida.

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Participam do protesto integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Urbano dos Sem Teto (Must) e trabalhadores da Flaskô, fábrica de Sumaré (SP), que está há oito anos sendo controlada por funcionários.

"Estamos reivindicando a desapropriação de terrenos no campo e na cidade e também a desapropriação da fábrica Flaskô, que está nas mãos dos trabalhadores há mais de oito anos", disse Zezito Alves da Silva, da coordenação do MTST, em entrevista à Agência Brasil.

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Segundo Silva, os governos federal, estadual e municipal "deveriam tomar coragem para desapropriar os terrenos que estão nas mãos da especulação imobiliária e as fábricas que estão para ser fechadas, entregando-as para os trabalhadores".

Pedro Santinho, do Conselho de Fábrica da Flaskô, disse que a unidade fabril estava para ser fechada quando, em 2003, os trabalhadores a ocuparam. Eles a mantêm funcionando até hoje. "Mas ela [fábrica] ainda tem um proprietário. Então, ela precisa ser desapropriada e o controle precisa passar para os trabalhadores".

Segundo os organizadores, o ato reuniu cerca de 1,2 mil pessoas, entretanto, a Polícia Militar estima em 500 o número de manifestantes.

Após o acerto do encontro com o ministro Gilberto Carvalho, os manifestantes voltaram a caminhar pela Avenida Paulista. Parte do grupo voltou para o vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), enquanto o restante seguiu em direção à Assembleia Legislativa, próximo ao Parque Ibirapuera, onde iriam pedir pelo fim da criminalização dos movimentos sociais, durante uma audiência pública.