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Manifestantes que pedem a saída do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM) organizaram um apitaço no final da tarde desta sexta-feira (11) na rodoviária de Brasília e bloquearam três das seis faixas do Eixo-Monumental, que dá acesso ao Congresso, ao Supremo Tribunal Federal e ao Palácio do Planalto. Antes, eles já haviam fechado parcialmente a avenida que faz a ligação entre os eixos Norte e Sul de Brasília. Segundo a polícia, a manifestação tinha cerca de 500 pessoas.

Com apitos, tambores e roupas de palhaço, os manifestantes levaram bonecos alegóricos representando policiais militares, o vice-governador, Paulo Octávio (DEM) e Arruda. A Polícia Militar acompanha a manifestação sem intervir.

Pouco antes de os manifestantes ocuparem a via, o major Juarez Madureira disse ao G1 que a polícia só interviria se os manifestantes bloqueassem avenidas e impedissem o trânsito dos ônibus.

"Enquanto estiverem organizados e tranquilos, vamos apenas acompanhar para garantir a segurança. Se invadirem as vias, a manifestação deixa de ser legítima", afirmou. Apesar disso, não houve repressão quando os manifestantes ocuparam a via.

Segundo a estudante Ana Luiza Lupiano, da Universidade de Brasília (UnB), o objetivo do protesto é simbolizar a corrupção. "A intenção do movimento é imitar um bloco de carnaval, se vestir como palhaço para mostrar a situação ridícula em que vivemos e pedir a saída de Arruda e todos os envolvidos com o esquema de corrupção", disse.

Os manifestantes também traziam um cartaz com a frase "BSB: onde se criminaliza o protesto" –uma referência à ação da polícia, que reprimiu com violência manifestação de estudantes na última quarta-feira (9) em frente ao Palácio do Buriti, sede oficial do governo do Distrito Federal. Na ação, três pessoas acabaram detidas.

Nesta sexta-feira, o governador Arruda disse, em ofício enviado ao secretário de Segurança Pública do DF, Valmir Lemos de Oliveira, que o governo reconhece a legitimidade das manifestações populares, mas ressalta que o "direito dos manifestantes termina onde começa o direito dos cidadãos de ir e vir".

O escândalo do mensalão do DEM de Brasília começou no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a operação Caixa de Pandora. Arruda é citado em inquérito do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em que é apontado como o comandante de um esquema de distribuição de propina a deputados distritais e aliados.

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