Manifestantes a favor de Belinati quebraram a porta da Câmara Municipal em Londrina| Foto: Roberto Custódio/Jornal de Londrina

Manifestantes soltaram rojões e quebraram uma vidraça. Tropa de choque da PM foi chamada

CARREGANDO :)

Indifinição

A eleição municipal de Londrina, no Norte do Paraná, seguirá indefinida por tempo indeterminado. Na noite de terça-feira (28), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) casou o registro da candidatura no prefeito eleito no segundo turno, Antonio Belinati (PP). O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná informou, nesta quarta-feira (29), que só será definido se o município passará por uma nova eleição depois de julgados os recursos que devem ser impostos por Belinati. Veja a matéria completa aqui

Cerca de 350 pessoas carregaram faixas e bandeiras e bateram em latas em protesto contra decisão do TSE
Veja também
  • Moradores marcam manifestação de apoio a Belinati em frente à Prefeitura
  • Rádio Itinerante quer discutir decisão do TSE com a população
  • Comemoração antibelinatista dobrou tráfego no Centro de Londrina
  • Cassação da candidatura de Belinati teve comemoração
  • Promotor defende nova eleição em Londrina
  • Belinati diz confiar na Justiça; Hauly mantém tom de cautela
  • Hauly e Vargas comentam impugnação de Belinati
  • TSE cassa registro da candidatura de Belinati
Publicidade

Cerca de 350 manifestantes do Jardim Maracanã e Turquino, zona Oeste de Londrina, Norte do Paraná, invadiram o prédio da prefeitura na tarde de quarta-feira (29), durante protesto contra a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de impugnar a candidatura de Antonio Belinati (PP), eleito prefeito no segundo turno. Apesar da grande mobilização, não houve nenhum grave incidente. Na noite anterior, oposicionistas comemoraram a decisão.

Os manifestantes, que chegaram em oito ônibus, se concentraram no estacionamento do Fórum Eleitoral. Alguns rojões foram estourados no começo do protesto. A Polícia Militar precisou bloquear o acesso ao prédio, para evitar danos ao patrimônio. O grupo entrou na Prefeitura e na Câmara Municipal e quebrou uma das vidraças da Câmara.

"A manifestação é muito justa. A Justiça deveria ter feito isso antes [impugnar a candidatura de Belinati]. Agora que ele foi eleito, tem que ficar. Foi uma palhaçada do Judiciário", declarou a bancária Aparecida de Souza.

Equipes do Pelotão de Choque, do Siate, da Rondas Ostensivas Tático Móvel (Rotam) foram deslocadas para o local. "Nosso objetivo é proteger as pessoas e o patrimônio", afirmou o tenente Ricardo Eguedis. Agentes da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) também estavam no local para isolar a área.

Logo depois de saírem da Prefeitura e da Câmara, os manifestantes se concentraram novamente no estacionamento do Fórum Eleitoral, que fica no Centro Cívico. Algumas pessoas batiam latas e utilizavam carros de som. Quatro pessoas queimaram seus títulos de eleitor e uma pessoa queimou um exemplar da Constituição Federal.

Publicidade

Por volta das 15h30, os manifestantes iniciaram uma passeata pela Avenida Duque de Caxias, em direção ao centro de Londrina, com bandeiras, latas e gritos de guerra. Eles seguiam um caminhão de som cantando músicas da campanha de Belinati. O empresário Omar Zabian, no microfone, incentivava os manifestantes.

"Foram 138 mil votos para o Belinati e agora querem tirar ele? A decisão [da Justiça] é ruim. Ele [Belinati] tem que ficar no poder", disse o corretor de imóveis José de Andrade, que parou para observar o movimento.

A passeata seguiu pela Av. Duque de Caxias, Av. Bandeirantes, Rua Mato Grosso, Rua Pará, Av. Rio de Janeiro, Rua Sergipe, Av. São Paulo, Alameda Miguel Blasi, e Rua Professor João Cândido, terminando no Calçadão de Londrina, região Central. Os manifestantes rezaram e se dispersaram. Enquanto isso, algumas mulheres e crianças também fizeram uma caminhada pacífica com bandeiras de Belinati num trecho da Avenida Saul Elkind, zona norte de Londrina, reduto eleitoral belinatista. Segundo informações da PM, parte de uma das pistas ficou com o trânsito bloqueado.

A reportagem do Jornal de Londrina apurou que os ônibus teriam sido fretados por um homem chamado Émerson Miguel. Assessor parlamentar de Belinati, Émerson Miguel Petriv estava no local e se disse surpreso com a manifestação.

Do outro lado

Publicidade

Fogos de artifício, buzinaço e luzes piscando nos edifícios da região Central de Londrina, foram as formas que os eleitores antibelinatistas encontraram para comemorar a decisão do TSE. A comemoração, que seguiu até por volta das 2h da madrugada, praticamente dobrou o tráfego de veículos no Centro da cidade, mas não chegou a causar incidentes.

De acordo com tenente Ricardo Eguedis, o tráfego quase dobrou na Avenida Higienópolis, região central, depois da decisão do TSE. A Avenida, segundo ele, ficou um pouco congestionada, mas não houve qualquer incidente. "Estávamos preparados para mobilizar até 75% do nosso efetivo, caso fosse necessário. (Os policiais) estavam de sobreaviso, mas não foi preciso", afirma.

A preocupação da PM, explica Eguedis, era que houvesse confrontos entre os grupos que votaram em Belinati e os que votaram no candidato derrotado no segundo turno, Luiz Carlos Hauly (PSDB). "A PM não está aqui para extinguir qualquer direito de manifestação ou ato político, mas a violência entre grupos não cabe na democracia", ressalta.

Impugnação

A votação contra a candidatura de Belinati ocorreu na sessão de terça-feira (28), por volta das 21h30. O voto do presidente do TSE, o ministro Ayres Britto, foi acompanhado do voto dos ministros Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski, Fernando Gonçalves e Aldir Passarinho. Foram vencidos o relator, Marcelo Ribeiro, e Arnaldo Versiani.

Publicidade