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Por trás do aparente protesto tucano-pefelista no depoimento de Antônio Palocci, desenrolou-se uma ação deliberada para poupar o ministro da Fazenda. "Se ele tiver de cair, não seremos nós a dar o golpe final", sintetizou um parlamentar do PSDB. Pensando bem – Há uma segunda explicação, menos cândida, para a boa vontade da oposição. Sem Palocci, triunfaria a "escola Dilma", da turma louca para gastar na campanha reeleitoral de Lula. Donos da bola – Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) foram escolhidos a dedo como interlocutores na negociação da ida antecipada de Palocci ao Senado. Os governistas sabem que passam pelos dois todas as convocações para a temida CPI dos Bingos. Fila do SUS – Depois de sobreviver à CAE, Palocci deve ficar bom tempo longe do banco da CPI. Até pefelistas empedernidos já admitem que as convocações seguirão uma "ordem cronológica", e listavam vários nomes a serem chamados antes do ministro.

Dipirona – Com uma mãozinha da oposição, em especial a tucana, baixou a temperatura de Palocci. Até o próximo pico de febre. Feriado revigorante – Tostado pelo sol, Renan Calheiros escoltou Palocci no Senado todo sorridente: na segunda-feira, a Fazenda resolveu a pendência do presidente do Senado em relação à dívida de Alagoas com precatórios. Zero a zero – Pela solução encontrada com a atenção pessoal do ministro, o Tesouro reteve R$ 47 mi de recursos do estado, mas foram providenciados créditos em valor semelhante para suprir a perda para os cofres de Alagoas.

Parte interessada – Foi o ex-presidente do PSDB Eduardo Azeredo (MG) quem telefonou para o deputado Átila Lira (PI) pedindo que tirasse a assinatura do requerimento de prorrogação da CPI dos Correios. Para convencê-lo, disse que deputados tucanos do Ceará e de Minas fariam o mesmo. Panos quentes – Ao saber da ação de Azeredo para encerrar a CPI, que investiga a ligação de sua campanha de 1998 com o valerioduto, a cúpula tucana recuou da decisão de pedir a expulsão de Lira. O deputado deverá apenas perder as funções na bancada. Na surdina – Com as câmeras voltadas para Antônio Palocci, passou quase despercebido o "cano" que Solange de Oliveira, ex-secretária de Delúbio Soares no PT, deu ontem na CPI dos Correios. Para a oposição, trata-se de mais um lance da operação-abafa. Engrenagem 1 – Com base em informações colhidas entre agências de publicidade, a CPI dos Correios prepara a convocação de Cláudio Vasconcelos, funcionário do BB que, segundo Henrique Pizzolato, ex-diretor de marketing do banco, participou do acordo da instituição com a Visanet. Engrenagem 2 – Segundo a apuração preliminar, Vasconcelos era o braço operacional de Luiz Gushiken no banco e teria comandado a operação Visanet, apontada pelas investigações como fonte abastecedora do valerioduto. Convidados especiais – Dois promotores do caso Santo André vão acompanhar hoje, na CPI dos Bingos, a acareação entre Klinger Sousa, Ronan Pinto e Sérgio "Sombra".

TIROTEIO

* Do senador Jefferson Peres (PDT-AM), sobre a defesa que Lula não fez de seu ministro da Fazenda, Antônio Palocci:

– Até agora, o presidente só se fingiu de neutro, beneficiando quem ataca o ministro.

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