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"No mínimo o que o povo espera é ser tratado com respeito."

Do presidente Lula, ontem, em mais um dia de caos nos aeroportos, jogando a culpa nas companhias aéreas.

"Fica claro o animus do Capitão dos Portos de Paranaguá de impedir a dragagem do canal da Galheta." E é esse "animus" que levou o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião, a apelar à Justiça Militar para que processe criminalmente o capitão Francisco dos Santos Moreira.

Ontem, a Appa deu a conhecer a íntegra do calhamaço que encaminhou à Justiça Militar pedindo tal providência. Em 15 páginas e 69 itens, Requião acusa a Capitania dos Portos de ser responsável direta pelo fato de a dragagem do canal de acesso ao Porto de Paranaguá não ter sido realizada – pondo em perigo as operações dos navios que chegam e saem do terminal.

As alegações contra Santos Moreira são inúmeras e percorrem todo o documento. Mas é no último item que se caracteriza o clima de guerra instalado entre as duas autoridades. Afirma Requião: "Em momento algum este Capitão dos Portos se propôs a colaborar efetivamente com a Autoridade Portuária, buscando a solução do problema, ao contrário, a cada colocação sua, suprida pela Autoridade Portuária, criou novos óbices."

O capitão Santos Moreira diz não ter sido ainda notificado pela Justiça, mas se mantém inarredável na sua disposição de exigir o cumprimento das normas legais pelas quais, como autoridade da área, deve zelar. Por isso continuará não concordando que a dragagem seja feita em forma de "S" como pretende a Appa, mas em linha reta, como determinam os manuais de segurança marítima. Até agora, a decisão do capitão tem recebido apoio integral dos seus superiores hierárquicos da Marinha.

Essa guerra ainda vai longe.

O balé Guaíra pode dançar

Os poucos bailarinos que restaram estão assustados com a possibilidade de ser extinto o Corpo de Baile do Teatro Guaíra. Dos 50 membros que originalmente faziam parte do grupo, sobram atualmente cerca de 20 – todos precariamente contratados mediante cargos comissionados. No fim deste ano, serão todos exonerados, mas o governador do estado ainda não deu certeza se serão novamente nomeados.

Essa forma de contratação é considerada irregular pelo Tribunal de Contas, o que pode levar o governo a não renovar os contratos. Outro tipo de vínculo deveria ser implementado para garantir um mínimo de estabilidade aos bailarinos atuais e para contratar os que faltam. Entretanto, nenhuma medida foi até agora anunciada.

Olho vivo

Clima 1 – A coluna publicou ontem que o novo edifício do Centro Cívico – que será sede provisória do governo do estado – não dispõe de um sistema central de ar condicionado. O secretário de Obras Públicas, Luiz Caron, confirma a informação, mas contesta a afirmação de técnicos que trabalharam na obra de que os futuros habitantes do edifício sofrerão com o calor que fará nos ambientes internos. Uma e outra opinião, de fato, serão testadas a partir de janeiro, quando o prédio será ocupado.

Clima 2 – Segundo Caron, a inexistência da central de ar foi uma opção técnica. Diz ele: "O uso indiscriminado de ar condicionado e correspondente altíssimo consumo de energia foram combatidos no projeto com dispositivos que amenizam a incidência direta de raios solares nos ambientes internos. Vidros refletivos e a instalação de ‘brize soleil’ de alumínio e revestimento nas paredes sob os brizes com granito, asseguram menor insolação. Estes dispositivos têm custos que outros empreendimentos correlatos não teriam".

Mico 1 – O STF suspendeu um pagamento de R$ 22 milhões do governo do estado para a construtora CR Almeida. E determinou que este e os próximos pagamentos (são dez parcelas de R$ 41 milhões por ano, totalizando R$ 409 milhões) só comecem a ser feitos após a liquidação de precatórios anteriores. Ou seja, se tudo correr bem, só daqui a dois ou três anos. É claro que a decisão desagrada a CR Almeida, mas dezenas de investidores também ficaram com o "mico".

Mico 2 – Explica-se: a CR Almeida ganhou na Justiça o ressarcimento pela construção da ferrovia Central do Paraná. Mas já vendeu, com deságio, no mercado de precatórios, boa parte do seus direitos. Terão os compradores de devolver ao estado os valores nominais dos papéis que compraram?

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