O repasse de dinheiro supostamente proveniente do esquema de corrupção no governo do Distrito Federal a Heraldo Paupério, marido da sogra do governador José Roberto Arruda, é tema de um das gravações feitas pelo ex-secretário Durval Barbosa.

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Em conversa gravada em 23 de outubro, com autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Arruda pergunta se Paupério ainda estava advogando para Durval. Diante da resposta positiva, o governador demonstra surpresa quando o ex-secretário lhe diz que já havia dado R$ 400 mil a Paupério.

Em seguida, Arruda faz uma confidência: diz que sua sogra, Wilma Peres, vinha reclamando do fato de outros advogados, como o ex-procurador-geral da República Aristides Junqueira, terem sido contratados para defender Durval Barbosa.

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"Ele (Paupério) não toca no assunto comigo. A minha sogra reclama. Reclama do tipo assim, como seu tivesse sido responsável por ter botado o Aristides e tirado ele (Paupério)", diz o governador. Em seguida, Arruda pergunta: "Nós devemos a ele?". Durval diz: "Uns R$ 100 mil". O governador, então, decide: "Vamos pagar, então, vamos?". O dinheiro seria retirado de um lote que Durval havia acabado de receber, como propina, de empresas de informática. "Cem você paga o Heraldo e o resto é seu", diz Arruda.

De acordo com as investigações da PF, Arruda autorizou Durval Barbosa a pagar os advogados com dinheiro do caixa da propina como forma de evitar que ele tornasse público os vídeos que revelavam a corrupção no governo. O "auxílio" do governador não foi suficiente para evitar que Durval acertasse com o Ministério Público o acordo de delação premiada que deu origem à investigação que pode lhe custar o mandato. Os advogados pagos com o dinheiro da propina atuavam em processos cíveis e criminais a que Durval responde, muitos deles por corrupção no período em que trabalhou no governo de Joaquim Roriz, antecessor e hoje arqui-inimigo político de Arruda. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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