O publicitário João Santana e a mulher dele, Mônica Moura, chegam ao Brasil na manhã desta terça-feira (23), um dia após o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, decretar a prisão temporária deles. O casal estava na República Dominicana, onde comandava a campanha à reeleição do presidente da República Dominicana, Danilo Medina.
João Santana é suspeito de receber US$ 7,5 milhões em contas no exterior entre 2012 e 2014. Os valores teriam sido pagos pela offshore Klienfeld, identificada pela força-tarefa da Operação Lava Jato como um dos caminhos de propina da Odebrecht no exterior, e pelo engenheiro Zwi Skornicki, suspeito de operar o esquema de propina na Petrobras. A suspeita é de que os pagamentos correspondem a serviços eleitorais prestados ao PT.
- Lava Jato chega a marqueteiro do PT, se aproxima de Dilma e vai investigar Lula
- ‘Surgimento’ de João Santana pode dar força a processos no TSE, avalia oposição
- Duda Mendonça foi outro publicitário do PT envolvido em esquema de corrupção
Saiba como João Santana passou de publicitário a conselheiro político de Dilma
Leia a matéria completaPara o juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, “por mais que tenham declarado ao Fisco” os valores, o casal “tinha conhecimento da origem espúria dos recursos” e ocultou valores que recebeu no exterior “mediante expedientes notoriamente fraudulentos”, como contas em nome de offshore e contratos falsos.
A 23ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Acarajé e realizada na segunda-feira (22), pode dar força às ações contra Dilma no TSE. A oposição pede a cassação da chapa da presidente em quatro ações no tribunal por supostas irregularidades ocorridas durante a disputa em 2014. Entre as acusações está a de que a campanha foi abastecida com dinheiro desviado da Petrobras.
Após ter a prisão decretada ontem, o marqueteiro renunciou ao comando da campanha de Danilo Medina. Na carta que encaminhou ao comitê nacional do Partido de la Liberación Dominicana (PLD), o publicitário fez a própria defesa e disse que o Brasil está vivendo um clima de “perseguição” e que as acusações contra ele são “infundadas”.
“Me dirijo a vocês porque, como é conhecido pelos meios de comunicação, acordei esta manhã com a notícia de que meu nome está sendo ligado a uma suposta trama relacionada com o financiamento de campanhas políticas no Brasil. Conhecendo o clima de perseguição que se vive hoje em meu país, não posso dizer que me tomou completamente de surpresa, mas ainda assim é difícil de acreditar”, explica Santana no início da carta, escrita em espanhol.
-
Ato de Bolsonaro no Rio reforça reação à censura e busca união da direita nas urnas
-
Entenda o papel da comissão do Congresso dos EUA que revelou os pedidos sigilosos de Moraes
-
PF usou VPN para monitorar publicações de Rodrigo Constantino no exterior
-
Brasileiro é o maior pagador de impostos do Paraguai: “É fácil de entender e mais barato”