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O cirurgião plástico Fabio Nóbrega afirmou que não houve erro da equipe médica durante a lipoaspiração que resultou na morte da juíza Roseane Lima Moura Padilha, na quarta-feira (25), no Recife. Ele admite que em toda a sua carreira perdeu três pacientes, porém afirma que não foi responsável por nenhuma das mortes.

"Por uma fatalidade, em toda a minha carreira, foram três pacientes, mas nenhum dos casos aponta erro médico. Tenho 22 anos de formado e atendo uma média de 400 pacientes por ano. Se considerarmos a quantidade de cirurgias, não é um número absurdo", diz Nóbrega.

Filiado à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, ele ressalta que segue todas as normas técnicas determinadas pela instituição. "Uma paciente morreu em 2003. Depois, nunca tinha tido problemas, mas por uma terrível coincidência aconteceu duas vezes seguidas. Tenho absoluta convicção do que fiz, mas não deu certo", diz. "Uma operação pode dar certo ou dar errado. Isso pode acontecer em todo lugar do mundo. Nem sempre uma tragédia é antecipada por um erro", afirma.

Pacientes

Sobre a morte da juíza, Nóbrega afirma que fez todos os exames antes dos procedimentos e que tentou reanimar a paciente ao notar que seu estado não estava bom. Segundo o médico, Roseane morreu em função de uma embolia. "O próprio laudo do IML não encontrou erro de procedimento na cirurgia e diz que o resultado é 'não conclusivo'. Parece que não basta a tragédia de uma morte. Estão me condenando antes do tempo."

Uma semana antes da morte da juíza, outra paciente de Nóbrega morreu. A maranhense Flávia Caroline Pires Macedo, 25 anos, operou no dia 12 de julho e saiu da mesa cirúrgica para a UTI, onde ficou cinco dias. Ela morreu no dia 17. "Ela morreu por um problema em um segundo procedimento, teve um tromboembolismo pulmonar. Estava melhorando na UTI", diz o médico.

Flávia colocou prótese de mama e fez lipoaspiração nas costas e no abdome. Segundo Nóbrega, não foi um procedimento excessivo e é comum operar mais de um lugar ao mesmo tempo.

Investigação

O médico afirma não temer as investigações realizadas pela polícia e pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe). Para ele, as investigações vão servir para provar que é inocente.

"Quanto mais investigado eu for, mais tranqüilo fico. Queria que tudo fosse feito da forma mais correta possível, porque envolve a minha reputação", afirma. "As investigações para mim são coisas boas. O mundo vai ter que ficar quieto depois, quando provar que não errei. Quanto antes eu me explicar, melhor."

Desviar a atenção

Para o médico, as acusações servem para desviar a atenção da crise da saúde em Pernambuco, onde os médicos servidores estão em greve e muitos já pediram demissão. "Há também muita dor-de-cotovelo. Sou eu quem tem maior movimento cirúrgico aqui no Recife", afirma Fabio Nóbrega.

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