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Dois rapazes confessaram nesta sexta-feira à polícia de Tangará da Serra, na região médio-norte de Mato Grosso, que atearam fogo em um mendigo na madrugada de quinta-feira. A vítima, identificada como Alessandro da Silva, teve 60% do corpo queimado. Ele está internado na UTI do Hospital das Clínicas da cidade. O desempregado Wagner Martins da Silva, de 24, e um adolescente de 17 foram indiciados por tentativa de homicídio e estão presos. No mesmo dia, um morador de rua foi queimado em Belo Horizonte . Ele sofreu queimaduras de segundo grau, mas não corre risco de morrer.

Segundo a Polícia Civil, o ataque aconteceu por volta das 3h, instantes depois de um show regional que comemorava a inauguração de um supermercado. Os dois rapazes disseram à polícia que haviam bebido muito e pretendiam apenas fazer uma "brincadeira" com o andarilho. Wagner Martins revelou que jogou solvente sobre Alessandro. E o adolescente ateou fogo. Encontrado ao lado do supermercado, o solvente havia sido usado na pintura do prédio.

A Polícia Civil chegou aos dois depois de ouvir o depoimento do vigia do supermercado e através de uma ligação anônima. O depoimento do vigia fez a polícia afastar a hipótese de que a queimadura tivesse sido acidental. Ele afirmou que, embora tivesse visto uma movimentação perto do mendigo, não poderia identificar os autores.

- Hoje pela manhã recebemos a ligação de uma pessoa, que nos deu o nome e o endereço do Wagner. Ele não teve como negar e ainda entregou o menor – afirmou o delegado Luís Fernando Arantes, responsável pelo inquérito.

O delegado diz temer pela integridade dos dois acusados. No final da tarde desta sexta, ele pediu a transferência de Wagner para um presídio de Cuiabá, a 242 quilômetros de Tangará da Serra. O adolescente, que teve a internação provisória decretada pelo juizado de menores, deve ser encaminhado para outra cidade da região.

- Há uma comoção pública. Estamos temendo que seja feita justiça com as próprias mãos – afirmou Arantes.

O mendigo teve queimaduras de segundo grau (que provoca bolhas) em 60% do corpo, principalmente nas pernas, nos braços e na genitália. O hospital não quis dar mais detalhes sobre sua situação.

Alessandro da Silva mora no albergue municipal, mas costuma fugir com freqüência em razão dos lapsos de memória. Ao contrário do que se imaginou inicialmente, ele não é usuário de drogas nem álcool. Segundo o delegado, teria apenas problemas mentais.

Wagner já teve passagens pela polícia por furto. O adolescente informou ser estudante, mas o delegado descobriu que ele não freqüenta a escola há meses.

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