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legislativo

Mesmo com boicote, Câmara escolhe ouvidor

Contrária à criação do órgão, bancada “independente” se abstém da votação. Presidente da Casa, Aílton Araújo (PSC) decide a favor de Clóvis Costa

O advogado Clóvis Costa discursa para os vereadores: novo ouvidor da Câmara de Curitiba. | Henry Milleo/Gazeta do Povo
O advogado Clóvis Costa discursa para os vereadores: novo ouvidor da Câmara de Curitiba. (Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo)

Em uma eleição tumultuada, o advogado Clóvis Costa foi eleito nesta quinta-feira (26) ouvidor do município de Curitiba. Na terceira e última votação, ele recebeu exatamente 20 votos, a quantidade necessária para elegê-lo. Segundo a Câmara, ainda não há uma data definida para a posse. A bancada autointitulada“independente”, que defende a extinção da ouvidoria para “não criar custos” ao município, se absteve de votar.

O mandato de Costa será de quase dois anos, com possibilidade de uma tentativa de reeleição. Disputaram também as eleições a jornalista Diocsianne Moura, que recebeu três votos na última votação, e o advogado Maurício Arruda, que recebeu dois.

Antes do pleito, havia o temor, por parte dos vereadores que defendem a instalação da órgão, de que o ouvidor não fosse escolhido. Pela lei, o ouvidor precisa da maioria absoluta dos votos – ou seja, não basta ser o mais votado da sessão, precisaria receber, no mínimo, 20 indicações. Sete vereadores faltaram e a bancada “independente” fazia campanha pela abstenção.

O regulamento previa uma eleição em três turnos. Se nenhum candidato fosse eleito na primeira votação, seriam feito duas novas tentativas, com os mesmos nomes.Permanecendo o impasse, o processo voltava à estaca zero.

Na primeira, Costa fez 12 votos, Diocsianne sete e Arruda quatro. Na segunda tentativa, Costa chegou a 16. Na terceira e última, Costa estava com 19 votos, quando o presidente da Câmara, Aílton Araújo (PSC), decidiu votar e definiu a questão. Nas rodadas anteriores, ele se absteve.

Segundo Araújo, ele se absteve anteriormente porque, em seu entendimento, o presidente da Câmara não deveria “manifestar preferência a qualquer candidato” – mesmo tendo a prerrogativa de votar. No entanto, ele mudou de postura para “respeitar os 19 vereadores” que votaram em Costa. Eles eram maioria absoluta no plenário, descontando os ausentes.

Abstenção

A bancada “independente”, que apresentou recentemente um projeto que extingue a ouvidoria, articulou pela abstenção – e quase conseguiu evitar a eleição de um ouvidor. Sete vereadores se abstiveram das votações: Valdemir Soares (PRB), Jorge Bernardi (PDT), Tito Zeglin (PDT), Chico do Uberaba (PMN), Sabino Picolo (DEM), Mauro Ignácio (PSB) e Zé Maria (SD) – este último votou em Arruda na última votação.

Para Soares, a bancada quer evitar a criação de “novos custos” para o município em um “momento de crise”. Haverá a criação de dois novos cargos, a um custo anual de R$ 320 mil – para fins de comparação, cada vereador tem um gabinete próprio cuja folha salarial é de R$ 748 mil.

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