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Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), senador e um dos principais articuladores políticos da campanha de José Serra à prefeitura de São Paulo | Lia de Paula/Ag. Senado
Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), senador e um dos principais articuladores políticos da campanha de José Serra à prefeitura de São Paulo| Foto: Lia de Paula/Ag. Senado

Mesmo com o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ocorrendo no calor da campanha eleitoral, réus do maior escândalo de corrupção do governo Lula participarão ativamente das eleições municipais. Apenas um deles, o deputado João Paulo Cunha (PT-SP), será candidato – ele concorrerá à prefeitura de Osasco (SP) –, mas muitos outros subirão em palanques para apoiar aliados. De olho no tempo de televisão, até adversários do PT fecharam alianças com mensaleiros, que tanto condenam, e terão de fazer uma ginástica se quiserem explorar o julgamento do mensalão em suas campanhas.

Há, ainda, aqueles que mudaram de lado, como os ex-deputados Gustavo Fruet (PDT) e Eduardo Paes (PMDB-RJ). Integrantes da oposição na época da CPI dos Correios e implacáveis na cobrança aos petistas, agora estão de braços dados com os investigados.

Um dos principais articuladores políticos da campanha de José Serra (PSDB) à prefeitura de São Paulo, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) diz que o candidato tucano não pretende explorar o mensalão e minimiza a aliança com o PR de Valdemar Costa Neto, acusado de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva no processo que corre no Supremo.

"Tem gente de tudo quanto é tipo nos partidos", disse Aloysio Nunes, defendendo a aliança que rendeu mais 1min35s de TV para Serra. "Não é nossa intenção, desde o início, fazer campanha eleitoral com mensalão. Não é pertinente usar esse tema na eleição", completou.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, que trocou o PSDB pelo PMDB e disputará a reeleição, afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não há constrangimento de sua parte. Candidato à prefeitura de Curitiba, Fruet segue na mesma linha. Agora no PDT e contando com o apoio no PT para a disputa eleitoral deste ano, o ex-tucano foi sub-relator da CPI dos Correios. "Sou guardião das minhas convicções e da minha história. Não nego nada do que fiz. O julgamento político foi importante. Agora é o jurídico", afirmou.

Principal adversário de Fruet na campanha, o prefeito Luciano Ducci (PSB) também terá uma ligação com mensaleiros em sua coligação: o ex-deputado José Borba. Acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do mensalão, Borba está no PP, que apoiará a reeleição de Ducci.

Em Minas, o deputado Júlio Delgado (PSB) lamenta a demora no julgamento do mensalão, coincidindo agora com a eleição municipal. Um dos mensaleiros, o ex-deputado Romeu Queiroz, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, filiou-se a seu partido, o mesmo do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, que disputará a reeleição.

Para Delgado, o assunto mensalão não poderá ser explorado na campanha, nem por adversários do PT. "Os vários candidatos e personagens envolvidos não poderão explorar o tema porque ou estiveram envolvidos lá atrás ou vão estar juntos agora."

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