A eventual redução do desmatamento na Amazônia foi usada nesta segunda-feira (1) pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, como argumento para ele afirmar que está contrariando interesses no governo e que não cederá à "pressão de desmatadores e ruralistas". Minc afirmou que na sua gestão o País terá "o menor desmatamento dos últimos 20 anos, graças a medidas duras que geraram muita resistência". O ministro participou do lançamento do fundo estadual da Mata Atlântica no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro.

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"A gente contraria interesses. Tem gente querendo meter pecuária em qualquer lado. Essa turminha está atrás de mim. Cada um quer vir com a sua machadinha tirar uma picanha do Carlinhos Minc. Eu já disse que isso não é fácil assim", discursou Minc. Trata-se de uma previsão a declaração do ministro sobre o desmatamento na Amazônia. O índice anual a que ele se referiu será composto pelos dados de agosto do ano passado a julho deste ano. Segundo Minc, serão anunciados amanhã dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) referentes a fevereiro, março e abril que mostrarão uma "redução acentuada" do desmatamento na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em relação ao relatório do Greenpeace que acusa o governo brasileiro de, indiretamente, financiar o desmatamento na Amazônia por meio da liberação de crédito para pecuaristas, Minc disse que o setor da pecuária foi o único que não aceitou assinar um acordo com o ministério, ao contrário dos produtores de soja, madeira e minério. Ele afirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) não financiará frigoríficos que comprem carne de pecuaristas que estão desmatando. "Temos uma lista de 105 frigoríficos e dos fornecedores de cada um deles. Vamos ver um por um. O frigorífico é corresponsável por crimes cometidos por fornecedores. Quem comprar carne ilegal não receberá recurso do BNDES.

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