Duas empresas investigadas na 11.ª fase da Operação Lava Jato, batizada de “A Origem”, receberam do governo federal ao menos R$ 153 milhões desde 2011, de acordo com dados disponíveis na decisão de prisão decretada pela Justiça e no Portal da Transparência. Desse total, R$ 50 milhões foram repassados pela Caixa Econômica Federal à IT7 Sistemas, do segmento de tecnologia da informação, e os outros R$ 103 milhões foram pagos pelo Ministério da Saúde à agência de publicidade Broghi Lowe.

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Os R$ 50 milhões repassados pela Caixa à IT7 Sistemas constam em despacho do juiz Sergio Moro, da 13.ª Vara Federal Criminal em Curitiba, responsável pela condução da Lava Jato na primeira instância. Já o valor pago pelo Ministério da Saúde à agência de publicidade é referente à pesquisa feita no Portal da Transparência. Esse montante foi repassado pela pasta à Borghi Lowe desde 2011 e é referente a campanhas de publicidade do Mais Médicos, uma das principais bandeiras do governo Dilma, e de campanhas de prevenção de doenças. Como a Caixa é uma empresa pública, seus contratos não estão disponíveis no Portal da Transparência e, embora a reportagem tenha solicitado os dados à instituição, as informações não foram repassadas até o momento.

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A Polícia Federal e o Ministério Público suspeitam que contratos firmados por essas duas empresas com órgãos públicos tenham sido usados para desviar recursos públicos para o ex-deputado federal paranaense André Vargas (sem partido). Até agora, a força-tarefa citou contratos de publicidade envolvendo o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal, em que a fatia desviada era da ordem de 10% para cada contrato.

Além da prisão de Vargas, as investigações feitas até agora levaram à prisão dos ex-deputados federais Luiz Argôlo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE) (veja infográfico ao lado).

Segundo Sergio Moro, porém, além do acordo com a Caixa, a IT7 mantém contratos com diversas entidades públicas. A PF e o MP ainda investigam se os acordos estão ligados ao esquema de desvio de recursos públicos.

Outro lado

A Caixa afirmou que deu início a apuração interna logo após ter sido citada pela PF. Já o Ministério da Saúde, além de sindicância, decidiu suspender os pagamentos à agência Borghi Lowe.