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Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar | Roberto Custódio/JL
Amanda Rossi foi encontrada morta dentro do campus da Unopar| Foto: Roberto Custódio/JL

O secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Inácio Koertz, afirmou neste sábado que não há risco de estar sendo distribuído UHT (longa vida) adulterado com soda caustica e água oxigenada no mercado brasileiro.

- Hoje, não há risco iminente de que exista leite contaminado disponível ao consumidor - garante o secretário.

Depois que a Polícia Federal deflagrou a operação Ouro Branco, no final de outubro, cinco indústrias tiveram a comercialização de leite longa vida suspensa. Foram afetadas pela medida as fábricas da Coopervale e Casmil, nas cidades de Uberaba (MG) e Passos (MG), da Parmalat, em Carazinho (RS) e Santa Helena (GO), e da Avipal Nordeste, em Goiás.

Depois de análises de qualidade em laboratórios credenciados, o Ministério da Agricultura liberou a comercialização de leite longa vida das duas fábricas da Parmalat, em Carazinho (RS) e Santa Helena (GO). Com isso, não há qualquer impedimento para consumo de leite Parmalat em todo o país.

Já a Avipal argumenta que não fabrica o leite UHT desde o dia 20 de setembro.

A Coopervale e a Casmil só poderão voltar a produzir leite longa vida depois de desenvolverem planos de qualidade e submeterem o produto à análise dos laboratórios credenciados.

As usinas de leite investigadas na Operação Ouro Branco começaram a se desfazer do produto adulterado. Juntas, as duas cooperativas de Minas Gerais vão jogar fora quase 200 mil litros de leite cru. O leite da CooperVale de Uberaba vai virar fertilizante na estação de tratamento de resíduos industriais, em Lavras. Ao todo, serão descartados 55 mil litros de leite da cooperativa contaminados com soda cáustica e água oxigenada.

A Casmil, de Passos, também em Minas, começou a jogar fora 140 mil litros de leite. Parte está estragada e parte foi contaminada por água oxigenada. O leite está sendo despejado num córrego em Varginha, que desemboca numa estação de tratamento de esgoto. Noventa mil litros de leite que seriam distribuídos a partir de quinta-feira não chegaram às prateleiras.

Promessa de mais fiscalização

A Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) vai lançar uma ofensiva nacional contra a produção de leite contaminado. Um grupo das 1,7 mil indústrias que processam o leite UHT será escolhido de maneira aleatória para análises de qualidade, em laboratórios certificados.

- Se acentua a fiscalização para que o consumidor tenha assegurada a qualidade do produto que consome - explicou Inácio Kroetz.

Para ampliar a fiscalização serão criadas equipes de auditoria, formadas por três técnicos, que atuarão em diferentes empresas. Nas indústrias em que a fraude foi detectada, em Minas Gerais, havia um fiscal lotado dentro das cooperativas.

A Polícia Federal e o Ministério Público ainda investigam se os fiscais não identificaram as irregularidades por negligência ou por ação deliberada com o objetivo de permitir a mistura do leite com produtos proibidos.

A SDA não vai divulgar os critérios de escolha das indústrias com o objetivo de garantir a eficiência da fiscalização. A ofensiva contra o leite contaminado já incorpora novos exames para detectar o mesmo tipo de adulteração que foi identificado pela Polícia Federal em duas cooperativas no interior de Minas Gerais.

De acordo com técnicos do Ministério da Agricultura, a fórmula de adulteração desenvolvida nas processadoras de leite longa vida dificultava a fiscalização, já que passava por inúmeros processos de análise sem ser detectada.

Os lotes contaminados recebiam cerca de 10% de uma mistura de soda cáustica, sal, açúcar, água oxigenada e amido. A fórmula aumentava o tempo de validade e o volume do produto. Análises feitas pela Polícia Federal concluíram que o leite contaminado pode prejudicar a saúde do consumidor.

O secretário de Defesa Agropecuária informou que as empresas escolhidas para fiscalização deverão permanecer por cerca de dois dias com a comercialização de leite longa vida interditada.

Ele ressalta, no entanto, que a fabricação e venda dos produtos já disponíveis no mercado não devem ser interrompidas, enquanto o leite estiver sendo analisado nos laboratórios oficiais.

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