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O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) fez neste sábado (17) um apelo para que o Congresso não ceda à pressão de financiadores de campanha e mantenha o veto ao projeto que acaba com a multa adicional de 10% sobre o saldo do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) nas demissões sem justa causa.

Defendida por empresários, o fim da multa adicional foi vetado pela presidente Dilma Rousseff sob o argumento que impactaria um dos principais programas sociais do governo. A multa representa cerca de R$ 3 bilhões os cofres da União e é destinada ao programa habitacional Minha Casa Minha Vida.

"A gente faz um apelo ao Congresso para que tenha bom senso e não olhem a pressão de eventuais financiadores de campanha. O que é mais importante nesse momento? O compromisso com quem financiou campanha ou com o povo?", questionou o ministro neste sábado, durante um evento para familiares de funcionário da Presidência no Palácio do Planalto.

Para Carvalho, o fim da multa é uma tentativa de aumentar o lucro de quem demite. Ele comparou esse projeto ao que acabou com a CPMF, a contribuição sobre movimentação financeira destinada à saúde, uma das principais derrotas do governo Lula, que deixo de arrecadar R$ 40 bilhões. "Era um imposto que não incomodava ninguém."

As declarações do ministro foram dadas às vésperas do Planalto deflagrar uma operação no Congresso na próxima semana para impedir a derrubada dos vetos. Disposta a ceder, a equipe presidencial tenta negociar a manutenção do veto do FGTS em troca da aprovação de projeto que ponha fim à multa gradualmente, nos próximos quatro anos.

Nervosismo pré-eleitoral

O ministro, contudo, considera natural que a partir desse segundo semestre comece o "nervosismo típico pré-eleitoral". "De um lado eu acho ruim porque antecipa [as eleições], de outro eu acho natural que formações eleitorais se façam a partir de agora", disse.

A movimentação dos aliados preocupa o governo. Neste sábado, por exemplo, Gilberto Carvalho classificou como "absolutamente estranho" o comportamento de Geddel Vieira Lima (PMDB), ex-ministro do governo Lula. Ele foi à TV, durante a inserção partidária do PMDB, para criticar o PT e exaltar possíveis adversários de Dilma nas próximas eleições presidenciais.

Ele atacou "má gestão" do petista Jaques Wagner, governador da Bahia, e destacou o "sucesso" do governo de Minas Gerais, comandado pelo hoje senador Aécio Neves (PSDB) entre 2003 e 2010, e do governo de Pernambuco, de Eduardo Campos (PSB).

Espetada

"Se alguém usar o programa eleitoral para dar uma espetada lá outra aqui, é de responsabilidade da pessoa", afirmou, dizendo que a orientação de Dilma é cobrar dos ministros "concentração, trabalho e aceleração dos processos".

Para Carvalho, é "bobagem" o governo perder tempo com discussão eleitoral agora. "Eu acho que não é bom ficar antecipando campanha, pelo menos para nós."

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