Enquanto os principais líderes do governo e da oposição disputam publicamente quem foi mais eficiente para o Brasil, na ponta da campanha ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus principais auxiliares percorrem o país acelerando a liberação de convênios e a entrega de obras, no chamado "varejo político". A ação faz parte da estratégia definida pelo próprio presidente, durante a última reunião ministerial, há 15 dias, na qual instruiu seus auxiliares a ampliarem as ações de cada órgão e a defenderem publicamente o governo.
A estratégia tem três efeitos práticos. O primeiro deles serve para ajudar a impulsionar a candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás do governador de São Paulo, o tucano José Serra, embora venha crescendo. Cada convênio assinado ou obra entregue ajudam o governo a consolidar a candidatura da ministra nas cidades que foram beneficiadas pelas medidas.
O segundo efeito é o de reforçar a tentativa do presidente de consolidar uma espécie de legado junto à opinião pública. O presidente já repetiu para os auxiliares que teme um relaxamento da equipe durante o último ano de governo, especialmente quando os ministros que serão candidatos nas eleições deixarem seus postos em abril para iniciarem suas campanhas e as vagas forem ocupadas pelos secretários executivos.
O presidente quer que o governo continue funcionando, independentemente do período eleitoral, especialmente para melhorar seus indicadores econômicos e sociais.O terceiro efeito beneficia os próprios ministros candidatos. Vários deles intensificaram suas ações nos estados natais em busca de atrair mais eleitores para suas candidaturas.
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