Empresário Humberto do Amaral Carrilho se entregou ontem à Polícia Federal e teve a prisão temporária revogada hoje (27) pelo juiz Sergio Moro| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

As prisões temporárias de Lucas Amorim Alves e Humberto do Amaral Carrilho, detidos durante a 29.ª fase da Operação Lava Jato, foram revogadas nesta sexta-feira (27) pelo juiz federal Sergio Moro. Eles são suspeitos de terem participado do esquema de corrupção de lavagem de dinheiro da Petrobras.

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Os mandados foram expedidos pela 13.ª Vara Federal de Curitiba na segunda-feira (23) em procedimento que investiga os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva a ativa envolvendo verbas desviadas do esquema criminoso revelado no âmbito da Petrobras.

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Lucas Amorim Alves foi preso temporariamente na segunda-feira, dia em que foi deflagrada a 29.ª etapa da Operação Lava Jato, chamada de Repescagem. A nova etapa envolveu o condenado no mensalão João Cláudio Genu, ex-tesoureiro do PP e ex-assessor do ex-deputado José Janene (PP-PR), que já é falecido.

Apontado como sócio de Genu, há contra Alves, segundo a força-tarefa da Lava Jato, fortes indícios de que ele participou do esquema de lavagem de dinheiro do esquema. Ora o dinheiro era recebido do doleiro Alberto Yousseff, ora de Carlos Charter, dono do Posto da Torre em Brasília – local onde a investigação da Lava Jato começou.

Já o empresário Humberto do Amaral Carrilho, dono de uma rede de postos do ramo de combustíveis, é suspeito de ganhar contratos da Petrobras sem licitação. O mandado de prisão contra Carrilho foi expedido na segunda, mas ele só se entregou na quinta-feira (26) à polícia, pois estava no exterior.

Segundo a PF, o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, afirmou que Carrilho, dono da empresa Distribuidora Equador, propôs entre 2008 e 2009 à estatal a construção de um terminal de derivados de petróleo Itacotiara, no Amazonas.

O projeto, de acordo com Costa foi aceito e a empresa foi contratada pela Petrobras sem licitação, sob a alegação de que era um contrato de exclusividade. Costa disse que recebeu pagamentos de Carrilho até fevereiro de 2011 em função da intermediação que ele fez para facilitar o negócio.

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No despacho que revogou as prisões temporárias de Alves e Carrilho, o juiz Sergio Moro afirmou que os investigados podem ser chamados para prestar depoimento a qualquer momento.

Genu

O ex-tesoureiro do PP, João Cláudio Genu, teve a prisão preventiva decretada na segunda-feira e foi detido em um hospital de Brasília como acompanhante de uma pessoa. A prisão dele é preventiva, sem data para expirar. Ele é suspeito de ter se beneficiado do esquema de lavagem de dinheiro da Petrobras.