Rio de Janeiro - Após quatro meses de luta contra um câncer no pâncreas, morreu no início da manhã de ontem o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Alberto Menezes Direito. Ele estava internado desde sexta-feira no Hospital Samaritano, em Botafogo, zona sul do Rio, com hemorragia digestiva. O ministro completaria 67 anos na próxima terça-feira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou rapidamente pelo velório, às 16h, pouco antes do corpo ser levado para o Cemitério São João Batista, em Botafogo. Acompanhado do governador do Rio, Sérgio Cabral Filho, e do prefeito Eduardo Paes, Lula cumprimentou os filhos e a viúva do ministro e saiu sem dar entrevistas. Também passaram pelo Centro Cultural da Justiça os ministros Nelson Jobim (Defesa), Tarso Genro (Justiça) e Edson Santos (Igualdade Racial).
Direito descobriu o câncer no início de maio e foi operado uma semana depois pela equipe do médico Fábio Miranda. No STF, seus colegas imaginavam que a sua recuperação seria rápida. As previsões eram de que ele voltaria ao trabalho em agosto.
Mas a doença evoluiu e, segundo os médicos, as sessões de quimioterapia e radioterapia a que o ministro se submeteu não surtiram o efeito desejado. No sábado à noite, o ministro foi sedado e assim permaneceu até as 6h da manhã de ontem, quando faleceu.
Direito era casado com Wanda Viana, com quem teve três filhos. Seu velório foi no atual Centro Cultural da Justiça Federal, sede do Supremo Tribunal Federal na época em que a cidade foi a capital da República.
Pelo plenário passaram diversas autoridades. O desembargador Murta Ribeiro, ex-presidente do Tribunal de Justiça, lembrava-se do tempo em que ao lado de Direito cursou o Colégio Santo Inácio e a Faculdade de Direito da PUC, onde o ex-ministro presidiu o Centro Acadêmico Eduardo Lustosa e fundou o Movimento de Solidarismo Cristão.
Do STF compareceram o presidente Gilmar Mendes, o vice César Peluso, e os ministros Ricardo Lewandowiski e Joaquim Barbosa. Estiveram presentes também o ministro Gilson Dipp, corregedor da Justiça Federal, e o presidente do Superior Tribunal de Justiça, César Asfor.
Em nota, o presidente Lula elogiou o "brilhantismo e elevado espírito público" de Direito, que, segundo ele "fundamentava seus votos com muito critério, objetividade e consistência. O governador Sérgio Cabral Filho destacou que "Direito, um patrimônio do Rio, se destacou pelo seu conhecimento jurídico e compromisso com a Justiça".
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