O motorista do ônibus envolvido no acidente que matou o presidente Juscelino Kubitschek, em agosto de 1976, disse em depoimento à Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo nesta terça-feira (1º) que recebeu oferta com uma mala de dinheiro para que assumisse na época a culpa pela tragédia.

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O acidente ocorreu na rodovia Presidente Dutra, perto de Resende (RJ). JK viajava de São Paulo para o Rio.

Josias Nunes de Oliveira, 69, afirmou que cinco dias depois do acidente foi procurado em sua casa em São Paulo por dois homens. "Eram dois cabeludos, que vieram em uma moto e se identificaram como repórteres. Eles disseram que se eu assumisse a culpa, receberia a mala cheia de dinheiro. Eu vi a mala, cheinha de dinheiro. Mas não assumi, pois não tinha a menor culpa".

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Oliveira foi acusado à época de ser o responsável pelo acidente. Mas o opala no qual estava Juscelino e seu motorista, Geraldo Ribeiro, que também morreu no acidente, não chegou a se chocar com o ônibus da empresa Cometa conduzido por Oliveira. Em agosto de 1977, a Justiça absolveu o motorista.

"Antes do acidente, eu ultrapassei o opala, pela esquerda. Momentos depois o opala me ultrapassou pela direita, perdeu o controle e atravessou a pista, chocando na carreta que vinha do outro lado", disse o ex-motorista sobre o acidente na via Dutra.Oliveira contou ter parado para prestar socorro. Disse que Geraldo, o motorista de JK, morreu na hora. "Ele ficou com a cabeça desfigurada", lembrou.

O ex-presidente, afirmou Oliveira, ainda agonizava quando chegou ao opala. "Ele ainda se movimentava, deu para ver ele piscando os olhos pela última vez".

Desde 1976, a morte de JK gera polêmica. Suspeita-se que o ex-presidente, opositor da ditadura na época, tenha sido vítima de um atentado.

A Comissão da Verdade da Câmara Municipal de SP investiga o episódio e quer exumar o corpo do motorista de JK, Geraldo Ribeiro, que está enterrado em Belo Horizonte.

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