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Página da Ong Avaaz, que organiza o abaixo-assinado | Reprodução/ Internet
Página da Ong Avaaz, que organiza o abaixo-assinado| Foto: Reprodução/ Internet

"Pessoas querem limpar o Congresso", diz diretor da Avaaz

Para o diretor da Avaaz, Pedro Abramovay, a rápida repercussão da campanha "Fora Renan" destaca dois fatores: o poder da internet em catalizar mobilizações sociais; e a revolta do brasileiro diante da corrupção.

"A grandiosa adesão ao movimento, iniciado por uma petição criada por um jovem, mostra que as pessoas querem ser ouvidas e querem limpar a corrupção do Congresso. O Brasil mudou, e a opinião pública não vai mais tolerar essa política suja", avaliou.

Com mais de dois milhões de membros no Brasil, a Avaaz disponibiliza em seu site uma área para que cidadãos postem petições, como a do movimento "Fora Renan". Em nove meses, mais de sete mil brasileiros começaram campanhas pelo portal.

O movimento "Fora Renan", que pede a cassação do presidente de Senado, Renan Calheiros (PMDB), atingiu um milhão de assinaturas, às 15h26 desta sexta-feira (8). Os organizadores da iniciativa esperam que assim que o abaixo-assinado consiga 1,360 milhão de signatários (equivalente a 1% do eleitorado nacional) a proposta passe a ter força de lei de iniciativa popular. Calheiros assumiu a presidência do Senado no dia 1º de fevereiro, cinco anos depois de ter renunciado ao posto para evitar a cassação.

A iniciativa foi catalizada pela organização não-governamental Avaaz. Os cidadãos podem assinar a petição pela internet, informando nome, endereço de e-mail, cidade e telefone. Além da cassação de Renan, o abaixo-assinado pede ainda que a Câmara dos Deputados e o procurador-geral da República acabem com o voto secreto e que "garantam que votações como esta não sejam alvo de influências sujas".

"Estamos revoltados pela votação que levou o senador Renan Calheiros à presidência do Senado. (...) O país está exigindo que nossa democracia seja respeitada", diz o texto.

Um cidadão indignado

O criador da iniciativa, o representante comercial Emiliano Magalhães, de 26 anos, comemorou a marca e se mostrou otimista com a possibilidade palpável de a petição atingir a meta estabelecida.

"Eu estou achando espetacular, porque não esperava uma repercussão tão rápida. Eu sou um cidadão comum que criou uma petição, motivado pela indignação e a população brasileira abraçou a causa", disse.

Paulista da cidade de Ribeirão Preto, o jovem estava no Rio de Janeiro quando acompanhou pela mídia a eleição de Renan. Revoltado por a votação ter sido secreta e pelo fato de o senador estar envolvido em denúncias, Magalhães redigiu a petição e publicou na internet por meio do portal da Avaaz. "Meus amigos e eu sentimos que tínhamos que fazer alguma coisa para impedir nosso governo de cair nas garras da corrupção novamente", contou.

Na presidência

Apesar das três denúncias que tramitam contra si no Supremo Tribunal Federal, Renan Calheiros conseguiu votar à presidência do Senado cinco anos e dois meses depois de ter renunciado ao cargo. Ele obteve 57 votos favoráveis a sua eleição, contra os 18 conquistados por Pedro Taques (PDT).

A última denúncia contra Renan foi apresentada antes da eleição à presidência do Senado, pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O pemedebista é acusado de ter cometido peculato, falsidade ideológica e utilização de documentos falsos.

De acordo com a acusação, Renan apresentou notas frias para justificar gastos de sua verba indenizatória. A denúncia diz que o senador não possuía recursos para custear pagamentos feitos a Mônica Veloso, entre 2004 e 2006.

A Gazeta do Povo não conseguiu contato com a assessoria de imprensa do senador.

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