Manifestantes pedem a saída do presidente interino Michel Temer.| Foto: Antonio More/Gazet do Povo

Movimentos sociais já protestam contra o presidente interino Michel Temer (PMDB) na manhã desta sexta-feira (10) em Curitiba. Uma parte dos protestos ocorre em frente à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, e outra no Batel, onde fica o escritório da Petrobras, em Curitiba. Manifestantes também ocuparam a agência do INSS da Praça Santos Andrade, que paralisou o atendimento. Segundo o Sindicato dos Bancários, 23 agências de bancos, incluindo três centros administrativos, que foram fechados temporariamente na região central de Curitiba em apoio ao movimento anti-Temer. As agências voltaram a funcionar após às 11 horas, segundo o sindicato.

CARREGANDO :)

Veja fotos das manifestações

“O nosso objetivo é, junto à CUT, fazer um manifesto de repúdio ao governo atual”, explica o presidente do Sindicato dos Bancários Elias Jordão. “Nós não vemos nenhuma legitimidade nesse governo. A nossa maior preocupação nesse momento são as ameaças as direitos dos trabalhadores”, completa.

Publicidade

Cerca de 250 pessoas ocuparam o saguão e a frente do escritório da Petrobras no Batel, segundo os manifestantes, que permaneceram no local até perto do meio-dia. De acordo com a presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no Paraná, Regina Cruz, o ato começou por volta das 7 horas. Os manifestantes deixaram o acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na Rua Dr. Faivre, e foram caminhando até o Batel. “Lutamos contra o governo interino de Temer e também em defesa das empresas estatais e contra a reforma da previdência proposta por esse governo”, afirma Regina.

No trajeto, os manifestantes passaram pela sede do INSS, na Praça Santos Andrade, e por alguns bancos, como a agência do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, que ficam perto da Praça Carlos Gomes.

Participaram dos protestos funcionários da refinaria e integrantes do MST, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, da CUT e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Repar

Segundo o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR-SC), Mário Dal Zot, em Araucária, na sede da Repar, participaram da manifestação cerca de mil pessoas.

Publicidade

O protesto, que começou ainda na noite de quinta-feira, por volta das 23h30, quando os trabalhadores que assumiriam o turno da noite não entraram na refinaria, deve se estender ao longo desta sexta-feira (10) na Repar e nas duas outras unidades da Petrobras no Paraná, em Paranaguá e em São Mateus do Sul. O ato na Repar deve prosseguir, segundo a CUT, até o início da noite da sexta.

“Hoje é o dia de dar nosso recado. Não vamos aceitar a forma como o atual governo está tratando as estatais, a reforma da previdência e a reforma trabalhista. É inaceitável a empresa que descobriu o pré-sal não ter garantida a participação mínima de 30% na operação dos campos”, afirmou Dal Zot. Sabemos que uma paralisação de 24 horas é pouco para afetar a produção da refinaria, mas estamos construindo essa greve com outros movimentos”, acrescentou.

Segundo a Petrobras, a paralisação não afetou a produção da Repar.

Movimento em Curitiba

No centro de Curitiba, o trânsito no cruzamento das ruas Desembargador Motta e Comendador Araújo, onde fica o prédio do escritório da Petrobras, ficou complicado por causa da manifestação, mas não houve interrupção do tráfego.

Havia também manifestantes na sede do INSS na Praça Santos Andrade. Entre 150 e 200 pessoas ocuparam o prédio em protesto contra o atual governo e também desocuparam o local um pouco depois das 12 horas. Na sede da Caixa Econômica Federal, na Praça Carlos Gomes, também existia um grupo de pessoas protestando.

Publicidade

Agenda de protestos

A sexta-feira (10) será de manifestação contra Temer em todo o país. Organizado pelos movimentos Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular, o Dia Nacional de Mobilização ocorre em cerca de 50 cidades de todos os estados do país.

Em Curitiba, o ato é organizado pelos movimentos CWB Contra Temer, Fórum de Lutas 29 de Abril e Levante Popular da Juventude PR. A partir das 10 horas, há concentração na Praça Santos Andrade, no Centro.

As cidades de Maringá e Foz do Iguaçu também têm protestos contra Temer marcados. Em Foz do Iguaçu, o protesto acontece a partir das 8 horas, após o desfile do aniversário do município - em frente à Ono Music Hall. Já em Maringá, o ato está previsto para começar às 16 horas na Praça Raposo Tavares.

Veja também
  • Batalha entre Temer e Dilma envolve até corte na compra de comida para o Alvorada
  • Dilma desiste de voo comercial para ir a Campinas e seguirá em aeronave fretada
  • Entrevista de Dilma a Luís Nassif será exibida pela TV Brasil nesta sexta

Histórico

Não é a primeira vez que o governo Temer é alvo de manifestações desde que o presidente em exercício assumiu o lugar de Dilma Rousseff (PT), afastada depois da votação do impeachment no Senado. No primeiro fim de semana de governo interino, pelo menos cinco capitais registraram protestos contra Temer: São Paulo, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte e Florianópolis.

Publicidade

Em Curitiba, centenas de pessoas compareceram à manifestação contra o presidente em exercício Michel Temer (PMDB), que ocupou as escadarias do prédio central da UFPR e parte da Praça Santos Andrade e seguiu pelas ruas do Centro até o prédio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Juvevê, ocupado por artistas.

No dia 22 de maio, manifestantes organizaram um protesto no bairro Pinheiros, em São Paulo, onde mora o presidente em exercício. Centenas de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST ) se reuniram no Largo da Batata, em Pinheiros, de onde partiram em marcha até a casa de Temer.

Panelaços

Tradicional forma de protesto durante o governo Dilma, os panelaços continuam em cena durante o governo interino. Durante a exibição da primeira entrevista de Temer, concedida ao Fantástico, pelo menos quatro capitais registraram panelaços no último dia 15.

As manifestações ocorreram em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília, enquanto Temer dizia em sua entrevista que é necessário trazer o equilíbrio ético, político e econômico ao Brasil, além de pacificar o país.

Manifestantes nas imediações da Repar: contra a venda de ativos da Petrobras.
Manifestantes nas imediações da Repar:
Protesto na frente do escritório da Petrobras no Batel.
Manifestantes nas imediações da Repar
Protesto nas proximidades do escritório da Petrobras no Batel.
Protesto nas imediações da Repar, em Araucária.
Manifestantes na agência do INSS na Praça Santos Andrade.
Manifestação nas imediações do escritório da Petrobras no Batel
Manifestação na Repar.
Manifestação nas imediações do escritório da Petrobras no Batel.
Manifestação no escritório da Petrobras no Batel.
Manifestação no escritório da Petrobras no Batel.
Manifestação na Repar
Manifestação no escritório da Petrobras no Batel.
Manifestação nas imediações do escritório da Petrobras no Batel.
Manifestação nas imediações do escritório da Petrobras no Batel.
Caminhada de manifestantes pelas ruas da região central de Curitiba.
Caminhada de manifestantes pelas ruas da região central de Curitiba.
Manifestantes na frente da sede da Caixa no centro de Curitiba.
Caminhada de manifestantes pelas ruas da região central de Curitiba.
Caminhada de manifestantes pelas ruas da região central de Curitiba.
Caminhada de manifestantes pelas ruas da região central de Curitiba.
Manifestantes na agência do INSS na Praça Santos Andrade.