O Ministério Público do Trabalho abriu, em São Paulo, 12 representações contra seis empresas aéreas para investigar denúncias de excesso de jornada de trabalho, coação a funcionários e subnotificações de acidentes e doenças.
O estresse dos pilotos no pouso do Airbus 320, em condições desfavoráveis no Aeroporto de Congonhas, é apontado pela Aeronáutica como uma das diversas hipóteses do maior acidente da história da aviação brasileira.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O GLOBO neste domingo, uma das denúncias mais graves contra empresas aéreas apontada por pilotos e mecânicos é o "troca-troca de pane": defeitos em aviões que são transferidos para outras aeronaves. Estes defeitos seriam repassados toda vez que o prazo está para vencer. Depoimentos de funcionários das empresas aéreas ao jornal O GLOBO coincidem com as investigações.
As 12 representações, instauradas na Procuradoria Regional do Trabalho de São Paulo, investigarão as empresas TAM, Gol, Varig, Ocean Air, Pantanal e BRA.
O Ministério Público do Trabalho colheu informações de que as empresas aéreas sonegam, em laudos médicos, registro de acidentes e doenças para não afastar tripulantes ou mecânicos empregados em suas operações.
- O volume de denúncias nos faz acreditar que o interesse das empresas é voar, com ou sem segurança - diz o procurador Fábio de Assis Fernandes, um dos empenhados na investigação.
Para o diretor de segurança de vôo do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Carlos Camacho, a Anac trabalha "muito próxima" das empresas aéreas e, por isso, tem dificuldade em fiscalizar e punir quem comete irregularidades. Além disso, ele lembra que os diretores da agência são praticamente intocáveis, possuem proteção legal e não podem ser demitidos.
As empresas aéreas negaram qualquer irregularidade , como excesso de horas trabalhadas e falhas na manutenção das aeronaves.
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