Os procuradores Olympio de Sá Sotto Maior Neto, Milton Riquelme de Macedo e Lineu Walter Kirchner vão formar a lista tríplice que será encaminhada ao governador Roberto Requião para a definição de quem será o procurador-geral de Justiça pelos próximos dois anos. Nesta ordem, os três foram os candidatos mais bem votados na consulta realizada ontem com os membros do Ministério Público do Paraná.

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Participaram da eleição 534 promotores e procuradores de Justiça, de um total de 556 integrantes. Cada um podia votar em um, dois ou três candidatos. A votação em Curitiba foi realizada através de urna eletrônica, com equipamentos emprestados pelo Tribunal Regional Eleitoral. Já os promotores do interior votaram em separado, em cédulas encaminhadas pelo Correio.

Riquelme é o atual procurador-chefe e Olympio foi procurador-geral de 1994 a 1998. Lineu Kirchner era candidato que se proclamava de oposição, ao lado dos procuradores Arion Rolim Pereira e Munir Gazal. Os três disseram que, ao contrário do que foi publicado na Gazeta do Povo na segunda-feira, o lançamento conjunto das candidaturas, com as mesmas propostas, não se deve a qualquer desconfiança em relação à escolha do governador, mas sim ao cumprimento das regras constitucionais para a escolha do chefe do Ministério Público, que prevêem a formação de lista tríplice pela classe. Em relação às propostas, afirmam que a nova divisão funcional, com titularidade para todos os cargos de execução, não impede a remoção, mas procura evitar ao máximo as designações.

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O procurador-geral de Justiça é o chefe máximo do Ministério Público Estadual, que ocupa a função por um período de dois anos, permitida uma recondução. Como chefe da instituição, além de conduzir administrativamente o Ministério Público Estadual, tem a competência para propor alguns tipos de ação, como as que envolvem juízes, promotores, deputados, prefeitos, governador, entre outras autoridades do estado.

Também preside os órgãos da administração do MP, como o Conselho Superior e o Colégio de Procuradores, e tem assento, como representante do Ministério Público, nos órgãos superiores da Justiça Estadual, como o Órgão Especial do Tribunal de Justiça.

O sistema para escolha do procurador-geral de Justiça por meio de lista tríplice encaminhada ao governador foi instituído na Constituição de 1988. Antes disso, o chefe do Poder Executivo nomeava o chefe do MP, sem precisar da manifestação dos membros da instituição. A primeira nomeação no MP-PR a partir de lista tríplice aconteceu em 1990. De lá para cá, por duas ocasiões o governador Roberto Requião nomeou o segundo colocado: em 1992, em sua primeira gestão no governo, nomeou Luiz Carlos Delázari. O mais votado havia sido Luiz Chemim Guimarães. Na eleição passada, em 2004, apenas dois procuradores se candidataram. Maria Tereza Uille Gomes, que concorria a reeleição, e Milton Riquelme de Macedo. Uille foi a mais votada, mas foi Riquelme o escolhido pelo governador.

Roberto Requião tem 15 dias para anunciar seu escolhido e antes de ser oficializada, a nomeação deve passar por aprovação da Assembléia Legislativa. A posse está marcada para 7 de abril.