O Ministério Público da Itália pediu a volta do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato à prisão alegando que existe "risco de fuga" permanente por causa do seu histórico. O pedido de prisão faz parte do recurso apresentado ontem pela promotoria italiana, que tenta reverter a decisão da Corte de Bolonha de negar a extradição do brasileiro, condenado por envolvimento no mensalão. O Brasil deve apresentar hoje seu recurso à Justiça italiana.
No recurso, o MP italiano pede a revogação da decisão da Corte de Bolonha de deixar Pizzolato livre e quer que, até o final do processo em última instância em Roma, ele permaneça na prisão. Existiria, para o MP, o "risco fortíssimo e concreto de fuga" por seu histórico.
O MP italiano também alegou que os juízes não podem generalizar a situação das prisões brasileiras e insistiu que outros condenados no caso do mensalão foram colocados no Complexo da Papuda, em Brasília, onde Pizzolato deve cumprir sua pena no Brasil, sem riscos para suas vidas. Para a procuradoria, a conclusão do Tribunal é "genérica e certamente insuficiente".
O MP ainda aponta que não existem provas de que os homicídios na Papuda ocorreram nos locais para onde Pizzolato seria mandado, um dos argumentos apresentados pelos advogados do brasileiro e aceito pelos juízes de Bolonha.
O ex-diretor do Banco do Brasil foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão no processo do mensalão. Em outubro de 2013, ele fugiu para a Itália com um passaporte falso de um irmão morto há mais de 30 anos. Foi preso em fevereiro deste ano, na casa de um sobrinho na cidade de Maranello.
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