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O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, usou boa parte de seu depoimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta quarta-feira, para se defender das acusações de corrupção durante sua gestão na prefeitura de Ribeirão Preto. Ele disse que não irá se furtar em dar as explicações necessárias, mas pediu que as investigações sejam feitas sem ferir as leis e os direitos constitucionais.

- Em nome da minha honra e do cargo que ocupo no governo federal, pela sensibilidade deste cargo, preciso falar com toda a transparência sobre estas questões. Amo a democracia e jamais vou questionar o direito de um jornal, revista ou televisão de divulgar informações. Mas peço a todos que tudo seja feito nos critérios da lei que nós aprovamos nesta casa (Congresso). Não me considero uma pessoa acima de qualquer suspeita. Estarei sempre aberto para todas as investigações que vierem a ser feitas.

Palocci lembrou que, na primeira vez que seu ex-assessor Rogério Buratti fez denúncias contra sua gestão, o depoimento foi vazado para a imprensa antes mesmo de terminar. Buratti, que foi secretário de governo de Palocci na prefeitura de Ribeirão, denunciou um susposto esquema de pagamento de propinas mensais pela empresa Leão & Leão em troca da manutenção de contratos de serviços para a prefeitura.

- Fitas gravadas pelo Ministério Público e pela Polícia Civil foram entregues a uma rede de televisão. Quando isso acontece, enxergo interesse político por trás das instituições - disse.

Ele reclamou que, em reportagem publicada nesta quarta no jornal "Folha de S. Paulo', as mesmas autoridades que no dia anterior tinham dito que havia provas concretas, sigilosas e secretas contra ele, agora dizem que não existem estas provas.

Palocci afirmou ainda que alguns de seus assessores, cuja prisão vem sendo pedida por autoridades de São Paulo, sequer foram ouvidos nos processos realizados até agora. Ele também criticou o delegado regional de Ribeirão Preto, que requisitou a cópia de todos os contratos fechados durante sua administração na prefeitura da cidade.

- A Constituição diz que isso é devassa, não fiscalização. A Constituição diz que a investigação deve ter foco.

O ministro contou que quando deixou a prefeitura de Ribeirão Preto, pela primeira vez, enfrentou uma fiscalização em todos os contratos realizados durante sua gestão, de 1993 a 1996. Segundo ele, foram 13 mil contratos investigados e colocados sob suspeita.

- Não houve qualquer condenação. Em 2000, fui novamente eleito, no primeiro turno, para prefeito da cidade - disse.

Palocci lembrou a entrevista coletiva que concedeu, há cerca de dois meses, quando se falou pela primeira vez de pagamento de "mensalinho" na época em que era prefeito de Ribeirão Preto. Segundo ele, nada será comprovado porque tal prática nunca existiu.

- Sei o que fiz e o que não fiz. Isso não será comprovado porque não fiz. É uma acusação falsa! - afirmou.

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