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O deputado estadual Tadeu Veneri (PT) considera absurda a acusação de Romanelli de que a proposta antinepotismo da Assembléia é eleitoreira e disse que as pessoas ligadas ao governador estão deixando de ter argumentos lógicos e partindo para o lado emocional para agradar o chefe. "Seria mesquinharia e presunção absurda alguém achar que está sendo feita uma emenda constitucional para atingir uma única pessoa", rebateu.

Para o petista, que apresentou o projeto proibindo a contratação de parentes no ano passado, não faz o menor sentido o argumento que o governo está usando para tentar desqualificar a proposta da Assembléia que acaba com o nepotismo.

A nova lei não vai atingir apenas os parentes do governador, mas cerca de 10 mil pessoas terão que ser exoneradas nos poderes Executivo, Legislativo, Jucidiário, Tribunal de Contas, Ministério Público, prefeituras e câmaras de vereadores.

O cálculo foi feito baseado no número de cargos comissionados de todos os poderes. "É uma besteira esse argumento de que estamos tentando personalizar a lei. A não ser que os 10 mil atingidos pela medida chamem Maurício Requião e sejam secretários de Educação", ironizou.

Segundo Tadeu Veneri, o governo está tentando constranger os deputados estaduais, mas nunca o Legislativo entrou no mérito das nomeações do Palácio Iguaçu. "Se cada vez que a Assembléia for votar um projeto que desagrade o governador tentarem tirar a autonomia da Casa, será um desastre", diz.

Os deputados do PMDB estão sendo pressionados pelo governo para votar contra a emenda antinepotismo e a maioria não compareceu na primeira votação da proposta. Para o petista, a bancada do PMDB está sofrendo um desgaste totalmente desnecessário e sendo levada a um constrangimento público porque está remando contra o que a sociedade deseja.

Veneri sugere que se os peemedebistas consideram a proposta do Executivo melhor, que aprovem primeiro a do Legislativo e depois votem a do governo. O deputado discorda, no entanto, do governador propor que a lei passe a vigorar só em janeiro de 2007, ou seja, depois que acabar o atual mandato. "Como você pode aprovar uma lei para os outros e não para você? Isso parece reserva de mercado".

O primeiro passo que deveria ser dado pelo governo, de acordo com ele, se existe a intenção de colaborar com o fim do nepotismo seria a demissão de parentes do governador e dos secretários de estado.

Essa "guerra" entre o Executivo e a Assembléia em torno da paternidade da medida não faz o menor sentido na avaliação de Veneri e os dois poderes deveriam somar forças para acabar de vez com a prática nos órgãos públicos. (KC)

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