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 | Andressa Anholete/AFP
| Foto: Andressa Anholete/AFP

Dilma Rousseff já estava acordada nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira (12) quando a informação de sua derrota chegou pelo telefone.

Do outro lado da linha, Dilma ouviu o resultado classificado por ela mesma como “inevitável”: o plenário do Senado aprovara a abertura do processo de impeachment, o que resultava em seu afastamento por até 180 dias.

Ansiosa e agitada, dedicou o resto de sua manhã para finalizar os detalhes do pronunciamento que faria à imprensa dali a poucas horas.

Dilma preferiu não assistir pela televisão à sessão no Congresso que durou mais de vinte horas. Jantou sem a companhia de ministros e assessores e foi dormir perto das 23h.

Às 9h48, chegou ao Palácio do Planalto e convocou ministros e assessores a seu gabinete presidencial que, desde a segunda-feira (9), estava esvaziado, sem retratos de sua filha Paula e de seus netos, Gabriel e Guilherme, e ainda sem a imagem de Nossa Senhora da Aparecida que Dilma tanto gostava.

Reclamou mais de uma vez sobre a demora para a chegada do documento, prevista para as 10h. Pouco antes das 11h, o emissário da notificação, Vicentinho Alves (PR-TO), apareceu no gabinete.

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Impaciente, Dilma conduziu o senador à sua mesa de trabalho e assinou o documento em pé.

O ex-ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência Social) apressou-se a aplaudir o ato, o que irritou a petista. Ela o repreendeu imediatamente, mas logo ele se desculpou e disse que estava nervoso.

Após falar com a imprensa e sair do Palácio do Planalto acompanhada de ministros e assessores, Dilma se dirigiu para o Palácio da Alvorada para um almoço silencioso na companhia de diversos ministros e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O clima era de tristeza.

À noite, a presidente afastada recebeu para um jantar amigas que ficaram presas com ela na época da ditadura militar.

Fotos

Dias antes de deixar o Planalto, Dilma foi aconselhada pelo ex-fotógrafo da Presidência da República, Roberto Stuckert Filho, a trocar sua foto oficial, que fez em 2011, no primeiro dia de seu primeiro mandato.

Mesmo com cerca de 20kg a mais na foto, Dilma rechaçou a ideia. Disse que gostava da imagem e que não queria dar “ares de mudança” para os últimos dias como presidente.

A mudança, porém, veio logo com a chegada da equipe de Michel Temer (PMDB). Poucas horas depois de a petista deixar o Planalto, servidores já retiravam em carrinhos as fotografias de Dilma, que ficavam penduradas em grande parte dos gabinetes do prédio.

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