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Após a crise no Esporte, novas mudanças no governo estão previstas para janeiro, quando Dilma Rousseff deve promover uma reforma ministerial. Parte das trocas, porém, vai abranger apenas ministros que vão disputar as eleições municipais. Nessa lista estão o ministro da Educação, Fernando Haddad (PT), pré-candidato a prefeito de São Paulo, e a secretária especial de política para mulheres, Iriny Lopes (PT), pré-candidata a prefeita de Vitória (ES).

Outros nomes enfraquecidos diante da opinião pública podem acabar sendo demitidos no início do ano. Especula-se que os ministros das Cidades, Mário Negro­­monte (PP), e do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), devem sair, muito em parte por causa do desgaste dos dois com os parlamentares de seus partidos. Além disso, a ministra Ana de Holanda (PT) sofre forte resistência no meio cultural.

Mudança de perfil

Para o cientista político Mário Sérgio Lepre, da PUCPR, a reforma será uma oportunidade para Dilma romper, ou pelo menos ajustar, o modelo de composição de ministérios "tradicional" no Brasil, na qual os cargos são distribuídos entre os partidos da base aliada em troca de apoio no Congresso. Essa reforma poderia ser não apenas de nomes, mas também da própria estrutura dos ministérios.

"A Dilma herdou um modelo de negociação de cargos em que, para se ter governabilidade, é preciso fazer favores aos partidos e grupos políticos. No entanto, ela não parece estar muito voltada para isso", comenta Lepre. Para ele, a pressão popular sobre o governo e a alta popularidade da chamada "faxina" promovida por Dilma durante as últimas crises podem fortalecer esse aspecto da reforma.

Entretanto, qualquer mudança nessa direção poderia comprometer a articulação do governo no Congresso. Os deputados e senadores têm influência decisiva nas nomeações ministeriais e, caso se sintam desprestigiados, podem colocar o governo em uma situação complicada nas votações do Congresso – o que já foi feito em diversos momentos, como na discussão do Código Florestal, por exemplo. "É um custo que ela vai ter que medir e uma decisão que ela tem que tomar", afirma Lepre.

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