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A queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff – registrada em pesquisas do Datafolha e do Ibope –, o desgaste provocado pelas manifestações de rua e o cenário econômico desfavorável estão levando os partidos a reverem suas estratégias eleitorais para 2014. No PT, ganhou força a ala que defende que o ex-presidente Lula seja o candidato da sigla à Presidência. Os possíveis adversários dos petistas também já avaliam mudanças no rumo de suas pré-campanhas – especialmente o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), até então alinhado ao governo federal. Ele deve passar a criticar mais fortemente a gestão Dilma.

A expectativa de aliados de Campos é de que ele abandone o discurso de seu último programa partidário, de que o país vai bem mas que "pode mais". O primeiro-secretário do PSB, Carlos Siqueira, considera o slogan um erro. Lideranças do partido esperam ataques mais diretos ao PT e uma plataforma que ressalte a necessidade de promover a "reforma urbana".

Outros pré-candidatos vão reforçar as críticas a Dilma. O PSDB, que sofria com a falta de um discurso com apelo popular e com o receio em atacar a adversária até então muito bem avaliada, encontrou na economia sua impulsão. O senador Aécio Neves (MG), provável candidato ao Planalto, acha que acertou o tom ao criticar a volta da inflação.

Em clima de "eu já sabia", a ex-ministra Marina Silva comemora a identificação de preceitos de seu novo partido, a Rede Sustentabilidade, com as reivindicações populares das ruas.

Já uma ala crescente de petistas avalia que, diante de um cenário difícil para Dilma, Lula seria um nome mais viável – embora o próprio ex-presidente venha negando a possibilidade de disputar a eleição. Além disso, a militância não consegue uma interlocução eficiente com a presidente. "Se tivesse uma prévia hoje no PT, Lula teria 100% dos votos", diz um petista do governo federal que pediu para não ter o nome divulgado.

O único que falou abertamente sobre o assunto foi o senador Paulo Paim (PT-RS), dois dias depois de pesquisa Datafolha mostrar queda de oito pontos na popularidade do governo Dilma, no início do mês. "A luz amarela acendeu, e temos que ter cuidado para não entrar no vermelho. Tem gente no PT que acredita que ele [Lula] pode voltar. Se for preciso, ele volta", disse Paim na ocasião.

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