Relação entre o ministro Osmar Serraglio e o presidente Michel Temer vem da década de 80| Foto: OSMAR NUNES/OSMAR NUNES

Oficializado no cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública nesta quinta-feira (23), o deputado federal paranaense Osmar Serraglio (PMDB) tem um relacionamento de longa data com o presidente Michel Temer (PMDB). Serraglio e Temer se conhecem desde os anos 80, quando o deputado fez mestrado em direito do estado na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), entre 1984 e 1986.

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Na época, Temer era coordenador do curso de mestrado da Faculdade de Direito da PUC-SP e chegou a ser professor de Serraglio. No mesmo curso, ele também foi colega de Edson Fachin, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator da operação Lava Jato.

Além da relação cordial de professor e aluno, Temer e Serraglio têm um bom relacionamento no governo. O novo ministro é considerado um nome leal a presidente e ao PMDB. À frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, no ano passado, Serraglio se manteve fiel a Temer, garantindo, por exemplo, a admissibilidade do texto da Reforma da Previdência.

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Durante atuação como presidente da CCJ, chegou a defender ainda uma anistia ao ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB) – que acabou cassado depois de um processo aberto no Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar ao mentir aos colegas na CPI da Petrobras, afirmando não possuir contas no exterior.

Serraglio recebeu a ligação de Temer com o convite para assumir o cargo de ministro na tarde da quinta-feira (23), quando estava em Umuarama, seu reduto eleitoral no Paraná. O ministro planejava passar o carnaval na cidade, mas deve adiantar a volta a Brasília depois da indicação.

Não foi primeira opção

Apesar da longa relação com Temer, Serraglio não era a primeira opção do presidente para o comando do Ministério da Justiça. O ex-ministro do STF Carlos Velloso chegou a ser convidado para a pasta, depois de uma articulação comandada pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas ele recusou o convite.

Em seguida, Aécio Neves tentou emplacar o nome da ex-secretária de Justiça do governo Beto Richa (PSDB) Maria Tereza Uile Gomes. A paranaense foi eleita em dezembro para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A indicação, porém, também não vingou.

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Serraglio também não era unanimidade na bancada do PMDB, que havia indicado para o cargo o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG). O nome de Serraglio trouxe desconforto para a bancada depois que ele decidiu se lançar como candidato avulso à vice-presidência da Câmara.