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O novo ministro da Relações Institucionais, José Múcio Monteiro , substituto de Walfrido dos Mares Guia, que pediu afastamento do cargo por ter sido denunciado pelo Ministério Público, acusado de envolvimento no esquema do mensalão mineiro, afirmou logo após a posse que vai priorizar nas próximas semanas a votação da CPMF no Senado. Múcio admitiu que existem resistências na Casa quanto à sua indicação, mas afirmou que vai procurar o diálogo com senadores da base e da oposição para garantir as votações para a prorrogação do imposto do cheque , até o dia 31 de dezembro.

- Eu vou procurá-los todos, inclusive os que dizem que eu não tenho espaço, eu vou procurar que me cedam o espaço. A política é a arte do diálogo, você não pode fechar portas nunca - disse Múcio.

Ainda na quinta, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que, apesar de lamentar a saída do ministro, não via risco para a votação da CPMF .

- Não acredito que vá haver prejuízo, porque acredito que vamos aprovar a prorrogação da CPMF.

O ministro assumiu o cargo no mesmo dia em que a bancada de seu partido no Senado, o PTB, decidiu sair do bloco governista do qual fazem parte PT, PSB, PP, PRB, PR, PSB e PCdoB.

Para aproveitar o momento de transição no governo, a oposição pode mudar de estratégia e antecipar as votações no Senado. De acordo com o líder do DEM, senador José Agripino Maia (RN), o governo está sem votos suficientes para aprovar a prorrogação do imposto e a saída do ministro Mares Guia deixa a base governista ainda mais fragilizada.

- Com a vitória assegurada eu acho que vale a pena e é preciso antecipar o calendário e votar o mais breve possível porque o tempo corre contra nós. Na terça-feira é reunião dos 27 senadores do DEM e do PSDB para tomarmos em conjunto a decisão. Temos votos para ganhar, vamos antecipar o calendário e votar pra ganhar - disse Maia.

Na quinta, Mares Guia entregou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma carta com seu pedido de afastamento do cargo. Juntamente com o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) e outras 13 pessoas, ele foi denunciado pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por participar de suposto esquema de caixa dois para a campanha de Azeredo para o governo de Minas em 1998, que teria desviado cerca de R$ 3,5 milhões dos cofres públicos.

Joaquim Barbosa diz que pode notificar denunciados este ano

O procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, protocolou a denúncia na quinta-feira no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro relator do processo, Joaquim Barbosa, não estabeleceu qualquer prazo de tramitação do processo, alegando que precisa primeiro ler a denúncia, mas afirmou que poderá notificar alguns dos 15 acusados ainda neste ano. A notificação poderá ocorrer antes do recesso do Judiciário (no dia 20 de dezembro).

Depois disso, cada um terá 15 dias para apresentar a defesa prévia. Se, juntamente com a defesa, forem anexados novos documentos, será aberto prazo para o Ministério Público se pronunciar (réplica). Só depois disso é que o relator prepara o voto, agenda o julgamento e leva ao plenário.

Fernando de Souza disse que denunciou Mares Guia porque ele teria participado dos atos que "engendraram" o esquema de captação de recursos por partidos da base aliada tucana no estado.

O esquema, intermediado pela SMP&B, a agência do publicitário Marcos Valério, teria sido a gênese do mensalão repetido posteriormente pelo PT.

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