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Atualizado em 02/01/2007, às 17h04

Uma explosão na manhã desta terça-feira destruiu o depósito do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) de São Paulo, na Vila Maria, na zona norte da cidade e provocou a morte de um policial. Por enquanto, a polícia trata o episódio como um acidente de trabalho, segundo o coronel Joviano Conceição Lima. Ele descartou a hipótese de um atentado criminoso. Outras pessoas ficaram feridas, quatro policiais que estavam na unidade e um funcionário da Fundação Estadual de Bem-Estar do Menor (Febem) que trabalha no complexo Vila Maria, em frente ao local da explosão. O funcionário da Febem foi atingido por destroços. Segundo a secretaria municipal de Saúde, o número de feridos chegou a oito, já que algumas pessoas foram atendidas pelo Samu e em pronto-socorros e hospitais da região. Todos tiveram ferimentos leves.

No local, ficavam explosivos apreendidos pela corporação. Segundo o coronel Lima, o sargento José Alberto Mini, que morreu no acidente, estava sozinho no prédio e fazia uma perícia em um artefato apreendido. De acordo com testemunhas, no prédio foram ouvidos três fortes estrondos por volta das 9h.

A explosão foi sentida em um raio de três quarteirões, e causou um incêndio no local. Segundo a Polícia Militar, a perícia já está apurando as causas do acidente. Viaturas do Corpo de Bombeiros ainda estão no local, fazendo o rescaldo.

Por causa das explosões, a pista local da Marginal teve de ser interditada por volta das 9h, a partir da Ponte do Tatuapé. Os motoristas enfrentaram seis quilômetros de lentidão . Algumas ruas em volta do batalhão foram interditadas a partir das 10h30.

As explosões danificaram 16 viaturas que serão reparadas em esquema de emergência, de acordo com o coronel Joviano. Um microônibus que estava no local também foi destruído. Nele havia munição do 3º Batalhão de Choque da Polícia Militar: cartuchos calibre 40, cartuchos 9 mm (para metralhadoras), bombas de efeito moral e gás lacrimogênio. De acordo com o coronel, que comanda o 3º Batalhão, a munição era mantida dentro do microônibus para facilitar a ação rápida dos policiais.

Apenas o prédio do Corpo de Bombeiros, que fica ao lado do depósito do GATE foi afetado pela explosão. O coronel Joviano informou que os estilhaços da explosão podem ter acertado veículos que passavam pela marginal no momento. Ele pediu aos motoristas que tenham sofrido danos que procurem os distritos próximos ao local para serem arrolados no processo.

Desde o dia 23 de dezembro, o 3º Batalhão de Choque da Polícia Militar e Gate registraram três ocorrências de bombas. Uma explodiu na estação Ana Rosa do metrô, sem deixar feridos. Dias depois outra bomba explodiu em um vagão de trem da CPTM, em Itapevi. Willian da Costa Silva, de 16 anos, que teve 75% de seu corpo queimado devido à explosão, não resistiu aos ferimentos e morreu. O Gate conseguiu chegar à tempo de desmontar uma terceira bomba encontrada na estação Julio Prestes. Os explosivos estavam em um cilindro, embaixo de uma cadeira.

O coronel Joviano Conceição Lima contou que havia pedido ao sargento José Alberto Mini a máxima urgência na perícia destes três artefatos. Segundo Lima, o sargento havia tomado café da manhã e desceu para fazer a perícia em um artefato na manhã desta terça-feira sozinho. Provavelmente ele não usava uma das duas roupas anti-bombas pertencentes ao GATE, pois elas só são usadas para interveções em campo.

- Esse caso foi um acidente de trabalho, posso garantir isso - disse o coronel.

O sargento José Alberto Mini tinha 36 anos e era perito. Há nove anos ele trabalha no Gate e está na Polícia Militar desde 1990. Morava em Piracicaba. Era casado e tinha três filhos, uma menina de 16 anos e dois meninos de 12 e 4 anos.

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