O presidente americano Barack Obama recebe nesta segunda-feira (9) sua colega brasileira, Dilma Rousseff, em um encontro marcado por temas comerciais e educativos, com o objetivo de continuar aprofundando as relações entre as duas principais economias do continente.

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Rousseff, que viaja acompanhada de uma importante delegação de seu gabinete, se reunirá com Obama na Casa Branca a partir das 11H45 locais (12h45 de Brasília) e depois participará em um almoço com o presidente americano, segundo as agendas das duas presidências.

"O encontro é parte do diálogo entre os dois líderes em função da cada vez mais próxima relação entre Estados Unidos e Brasil e pretende continuar com os esforços para impulsionar os laços comerciais, econômicos, educativos e de inovação", assinalou a Casa Branca.

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O encontro também permitirá aos dois líderes afinar as posições diante da Cúpula das Américas, em Cartagena, no próximo fim de semana, e da reunião do G20 (grupo de países ricos e emergentes) no México, em junho.

"A agenda em Washington está muito marcada por essa discussão de ciência, tecnologia e inovação, as possibilidades de alianças e aprofundamento" das já existentes, declarou o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na semana passada.

O governo Dilma espera fortalecer especialmente seu programa "Ciência sem Fronteiras", através do qual prevê conceder, até 2015, 100.000 bolsas a estudantes brasileiros nas melhores universidades de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Espanha, Itália, Bélgica, Coreia do Sul, entre outros.

A presidente também tem prevista uma palestra na Universidade de Harvard, em Boston, uma reunião com cientistas brasileiros de alto nível nos Estados Unidos e visitar o Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês).

"Temos um grande interesse em aprofundar as relações em termos de investimentos (americanos) no Brasil", disse Mercadante.

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Rousseff e Obama igualmente terão um encontro com empresários de ambos os países, e depois a presidente brasileira encerrará um fórum binacional inaugurado nesta segunda-feira pelos chanceleres Hillary Clinton e Antonio Patriota, que assinarão acordos de cooperação à tarde no Departamento de Estado.

Por outro lado, a influente congressista republicana Ileana Ros-Lehtinen pediu na quinta-feira que o presidente Obama aborde com Dilma temas como Cuba e Irã, frente aos quais o Brasil "contraria interesses dos Estados Unidos".

Em uma carta a Obama, a presidente da comissão das Relações Exteriores da Câmara dos Representantes pediu ao presidente que em sua reunião de segunda-feira na Casa Branca trate com Dilma "uma série de políticas que contrariam diretamente interesses dos Estados Unidos".

A cubano-americana Ros-Lehtinen referiu-se especificamente à falta de "liderança" do Brasil para defender direitos básicos dos cubanos, seu reconhecimento de um Estado Palestino e sua rejeição a ampliar sanções contra os governos de Irã e Síria.

"Se o Brasil quiser ser visto e tratado como um ator responsável em nosso continente, suas políticas devem refletir um compromisso com a defesa dos direitos humanos e das liberdades democráticas, e da não proliferação", afirmou Ros-Lehtinen.

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"Sua assistência e colaboração pode ter um papel decisivo em evitar que organizações terroristas consigam refúgio no continente e usem o narcotráfico para financiar suas atividades ilícitas", completou a congressista pela Flórida.

Outro tema delicado do encontro será o abrupto cancelamento há um mês por parte da Força Aérea americana da compra de 20 aviões Super Tucano da Embraer, o que irritou o Brasil, que ainda estuda a compra de 36 caças entre ofertas dos Estados Unidos, França e Suécia.

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