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Já chega a 43 o número de presos na operação da Polícia Federal que impediu o roubo a dois bancos em Porto Alegre. Neste sábado, mais duas pessoas foram presas. Adelino Angelim de Sousa, o "Amarelo", que trabalhava como flanelinha em Fortaleza, e um subtentente da reserva da Polícia Militar do Pará. Ainda há 15 mandados de prisão a cumprir. (Polícia do RS vai negociar transferência de presos para o Paraná)

A perícia descobriu que mais de 80 metros já haviam sido escavados no túnel em Maceió. A casa alugada pelos bandidos fica a uma quadra de uma agência bancária da capital alagoana. Segundo a Polícia Federal, os trabalhos seriam retomados depois do assalto em Porto Alegre. Além de medir a profundidade do túnel a PF quer fazer um levantamento do trabalho dos ladrões. Toda a perícia tem que ser concluída em 15 dias, prazo dado pela Justiça. Um segundo braço da investigação, coordenado por Brasília, investiga a ação dos outros integrantes da quadrilha, no restante do país.

Na capital gaúcha, os peritos trabalharam o dia todo para tentar localizar o ponto exato onde o túnel parou. Oitenta metros estavam concluídos. Faltavam 30 metros para chegar ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul, e 70 metros até a agência da Caixa Econômica Federal.

Os agentes tiveram que usar tubos de oxigênio e lanternas, enquanto funcionários da prefeitura jogavam ar para dentro com a ajuda de um exaustor.

Os 26 presos que foram surpreendidos pela polícia quando escavavam o túnel estão desde a noite desta sexta-feira na penitenciária de alta segurança de Charqueadas, na região metropolitana de Porto Alegre. Antes da transferência, foram ouvidos na sede da Polícia Federal. Apesar de negarem a ligação com o crime organizado, ao prestar depoimento "deram indícios dos mentores intelectuais da ação", diz o delegado regional de Combate ao Crime Organizado no Rio Grande do Sul, Ildo Gasparetto

Durante o depoimento, os bandidos revelaram que recebiam informações privilegiadas sobre sistema de segurança das agências e sabiam a quantia que havia nos cofres. A polícia não descarta a possibilidade de funcionários dos bancos terem participado do esquema. O delegado Gasparetto, que havia dito não acreditar nesta possibilidade, mudou o discurso:

- Depois dos inquéritos, temos praticamente certeza de que houve realmente a participação - afirmou, ressaltando que há indícios de a quadrilha recebeu informações privilegiadas sobre as medidas de segurança das instituições bancárias.

A operação "Toupeira" frustrou um plano de assalto aos cofres de duas agências bancárias em Porto Alegre. Os mandados de prisão foram executados no Rio Grande do Sul, em São Paulo, em Maceió, na Paraíba e no Piauí. A quadrilha está ligada ao assalto do Banco Central em Fortaleza, ocorrido em agosto de 2005, em que foram levados mais de R$ 150 milhões, no maior roubo registrado na história do país.

O grupo foi preso em flagrante, quando preparava uma ação semelhante ao assalto do BC, cavando um túnel que desembocaria em agências do Banrisul e da Caixa Econômica Federal. Dez dos assaltantes estavam dentro do túnel, que estava sendo escavado a partir de um prédio alugado. Até tanques de oxigênio foram econtrados no túnel.

Segundo a PF, antes de começar o túnel em Porto Alegre, o grupo teria arquitetado um outro túnel em Maceió, para assaltar uma agência da Caixal. O túnel na capital alagoana foi abandonado por problemas técnicos.

A PF faz diligências em 10 estados em busca de outros membros da quadrilha.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, afirmou que a prisão do grupo pode ser considerada o maior golpe contra a organização que age nos presídios paulistas.

" Foi um golpe muito forte porque eles são pegos no que têm de vital, que é a causa final do crime, o dinheiro. "

- Foi um golpe muito forte porque eles são pegos no que têm de vital, que é a causa final do crime, o dinheiro. Então, essa operação os atinge fortemente - afirmou o ministro, que falou na sede da Polícia Federal em São Paulo.

A operação desta sexta-feira começou a ser planejada em agosto de 2005, depois do assalto ao Banco Central de Fortaleza, quando foi encontrado um cartão de telefone pré-pago na sede do banco no Ceará. A partir deste cartão, a PF monitorou a rede de telefonia do grupo que agiu no assalto ao BC e descobriu que eles ordenavam o assalto aos bancos Banrisul e à Caixa Econômica Federal em Porto Alegre.

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