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SÃO PAULO - O empresário André Gerdau, presidente do grupo Gerdau, prestou depoimento durante 45 minutos na superintendência da Polícia Federal na tarde desta quinta-feira, em São Paulo. De acordo com o advogado Arnaldo Malheiros Filho, que o acompanhou, Gerdau negou aos delegados da PF, responsáveis pelas investigações da Operação Zelotes, que empresas do grupo tenham tido qualquer participação em atos de corrupção na esfera do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), da Receita Federal.

— Ele [Gerdau] esclareceu que a empresa não sonegou nada. A empresa recebeu um auto de infração e recorreu ao Carf na forma da lei. E não teve êxito nenhum até o momento. Não pagou nada, nem teve benefício algum. É uma suspeita infundada [de que a empresa esteja envolvida em corrupção] — disse Malheiros Filho, ao sair da sede paulista da PF com o cliente, que não falou com os jornalistas.

Segundo o advogado, o único caso envolvendo a Gerdau já julgado em definitivo no âmbito do Carf teve resultado contrário ao grupo. Por isso, continuou ele, não há indícios de que os advogados contratados pelo grupo estejam envolvidos em corrupção.

— Só se fosse corrupção contra a própria empresa — ironizou Malheiros Filho, acrescentando: — Ele não contratou ninguém para corromper ninguém. Contratou consultoria para auxiliar na exposição dos fatos, era uma causa de valor muito grande mesmo para uma empresa do porte da Gerdau. Então, a linha da empresa foi se cercar da melhor assessoria possível.

Ainda segundo o defensor do empresário, em sindicância, a empresa não apurou internamente nenhum indício de que funcionários do grupo estivessem envolvidos em práticas ilegais ou esquemas de corrupção.

O pedido de condução coercitiva de Gerdau no âmbito da 6ª etapa da Operação Zelotes, deflagrada nesta quinta-feira, foi encaminhado à PF de Porto Alegre. Como o empresário encontrava-se em São Paulo, apresentou-se voluntariamente para depôr na superintendência paulista do órgão.

Malheiros Filho afirmou ainda que não havia necessidade do pedido de condução coercitiva, uma vez que tão logo tomou conhecimento da nova fase da operação, o empresário se colocou prontamente a prestar esclarecimentos. Segundo ele, André Gerdau não se constrangeu em responder nenhum dos questionamentos feitos pelos investigadores e ressaltou que o empresário continua à disposição da PF para possíveis novos esclarecimentos.

Além dele, outras quatro pessoas depuseram sobre o caso na sede PF paulista nesta quinta-feira. Malheiros Filho não soube dizer se entre eles havia algum funcionário do grupo Gerdau.

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