Adir Assad: investigado pela 36.ª fase da Lava Jato havia sido preso na 10.ª etapa da operação.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo/Arquivo

O procurador do Ministério Público Federal (MPF) Júlio Noronha disse nesta quinta-feira (10) que os operadores que tiveram a prisão decretada na Operação Dragão, deflagrada pela Polícia Federal (PF), fizeram da lavagem de dinheiro sua profissão. A Justiça determinou a prisão de Adir Assad e Roberto Tacla Duran na 36.ª fase da Lava Jato.

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“Atividade criminosa não é profissão. O Estado não pode tolerar que pessoas façam da atividade criminosa a sua profissão”, disse o procurador. “Na operação de hoje há evidências de que esses operadores financeiros agiam em plena sintonia para gerar recursos que foram utilizados para o pagamento de propina por diversas empresas a diversos agentes públicos”, explicou Noronha.

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Segundo a força-tarefa, colaboradores da Lava Jato revelaram que o escritório de advocacia de Duran era usado para lavar dinheiro através de contratos fictícios ou superfaturados com as empresas investigadas. Os valores ultrapassam os R$ 50 milhões, segundo os procuradores.

Duran e Assad são acusados de lavar dinheiro para empreiteiras investigadas na Lava Jato, entre elas a UTC, Mendes Júnior e Odebrecht. “Há evidências de que esses operadores financeiros atuaram de forma contínua e prolongada na lavagem de dinheiro, fazendo disso sua profissão”, disse Noronha.

Assad já estava preso. Ele havia sido alvo da 10.ª fase da Lava Jato e foi condenado em um dos processos da operação a 9 anos e dez meses de prisão pelos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Duran, segundo a força-tarefa, está nos Estados Unidos desde abril, sem previsão de retornar ao país.