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Brasília (AE) – A oposição já se articula para explorar nas eleições regionais as prováveis cassações de políticos petistas, acusados de quebra de decoro parlamentar pelo envolvimento no esquema de caixa 2 de campanha. Integrantes de PFL, por exemplo, já têm gravadas as imagens da sessão de cassação do mandato do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (PT) para criticar os adversários durante a campanha eleitoral. No entendimento da oposição, como o PT sempre nacionalizou suas campanhas regionais, levando para os palanques locais dirigentes importantes e temas nacionais, como a defesa da ética e o combate à corrupção, agora deve pagar um preço alto por esse comportamento. "Figuras como José Dirceu e José Genoino, envolvidos no escândalo do caixa 2, sempre tiveram dimensão nacional e atuavam fortemente nos palanques do PT nos Estados. Agora, a participação deles em irregularidades também vai se transferir eleitoralmente, só que do ponto de vista negativo", afirma o líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ).

Maia admite que a campanha nacional do PFL e a do Rio de Janeiro vai explorar fortemente as imagens que mostrem o envolvimento dos petistas em irregularidades. "É claro que vamos usar o caso da cassação de José Dirceu, que era o principal quadro político do PT. Mas também vamos explorar as histórias de Delúbio Soares, do homem da cueca (José Adalberto Vieira, detido no aeroporto em São Paulo com dólares escondidos sob a roupa íntima), da remessa de dinheiro de Cuba para a campanha eleitoral do PT dentro de caixa de bebidas", afirma.

O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS) concorda que todas as denúncias serão exploradas fartamente nas campanhas regionais. E ele acredita também que o envolvimento direto do PT no escândalo do caixa 2 e nos saques de recursos das empresas de Marcos Valério Fernandes de Souza possa prejudicar a votação de legenda do partido. Tradicionalmente, o PT sempre consegue votações expressivas no chamado voto de legenda (aquele em que o eleitor vota apenas no partido, sem escolher candidato).

Agora, Redecker acha que esse voto vai encolher. "Muita gente votava na legenda do PT porque o partido se comportava como dono da ética, apontavam e acusavam todo mundo. Foi uma violência o que eles fizeram com deputados de outros partidos que votavam a favor de propostas de reformas e eram criticados como se estivessem cometendo crime. Agora, eles não vão mais poder posar de partido ético", avalia.

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