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Brasília (Folhapress) – Depois de ser citado por um petista na CPI dos Correios, o líder tucano Arthur Virgílio foi à tribuna do Senado fazer um dos ataques mais violentos do PSDB ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva desde a posse. Transtornado, o senador disse que Lula é "corrupto ou idiota" e que ele não pode ser reeleito em 2006.

"Vamos acabar também com essa história de que o senhor Lula não sabe de nada. Até o meu filho de dez anos sabe! Ou ele é um completo idiota, ou o senhor Lula sabe de toda a corrupção que se passou embaixo do seu nariz", disse, na primeira de 17 vezes em que chamou Lula de "idiota".

"Na melhor das hipóteses, senhor Lula, o senhor é um idiota! Na melhor das hipóteses! Na pior, o senhor é um corrupto!", repetia Virgílio, que ficou rouco depois de falar por mais de uma hora.

Depois, disse que "idiota" era um "elogio" e "uma condescendência que tenho para com o processo democrático. Se chamar de corrupto, vou ter que pedir o impeachment", disse.

Sem defesa adequada de petistas no plenário, a candidatura de Lula à reeleição em 2006 também foi duramente questionada por Virgílio e outros opositores. O discurso marcou o fim da moderação tucana em nome da governabilidade durante a crise política.

Virgílio também resgatou o discurso do "medo" usado pelo PSDB na corrida presidencial. "Acho que ele (Lula) não tem condição de reelegibilidade, acho que ele é um risco para o país, acho que o país está morrendo de medo dele. Ninguém mais ousa ridicularizar a Regina Duarte hoje. Ninguém aceita essa mistura da incompetência, essa mancebia da incompetência com a corrupção", disse.

O estopim da briga foi a tentativa petista de envolver Virgílio no escândalo dos Correios. Na quarta-feira, por volta das 23h30, no depoimento de um sócio da empresa Skymaster, investigada por irregularidades nos Correios, o deputado Henrique Fontana (PT-RS) fez questionamentos sobre a doação de R$ 50 mil para a campanha de Virgílio.

Era uma reação à doação de R$ 800 mil de uma empresa concorrente, a Promodal, à campanha presidencial de Lula – fator que também foi explorado por Virgílio na tribuna.

No plenário, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) tentou defender Lula, mas não teve êxito e acabou acusado de irregularidades de campanha, juntamente com o líder do governo, senador Aloízio Mercadante (PT-SP). Ele disse não acreditar que eles fizeram a campanha para o Senado no valor que declararam. Mercadante gastou R$ 710 mil, e Suplicy R$ 360 mil. Virgílio diz que gastou R$ 1,6 milhão.

Ausente, Mercadante classificou de "destempero verbal passageiro" a fala do líder, mas atacou a oposição. "O ataque político rebaixado aconteceu por causa da pesquisa que mostra confiança do povo brasileiro no presidente Lula e a contínua confiança das forças econômica no país. Espero que esta não seja uma tática eleitoral da oposição", disse Mercadante.

Segundo a última pesquisa CNT/Sensus, divulgada na terça, apenas 12% da população atrelou as denúncias de corrupção diretamente ao presidente. Segundo 45,7% dos ouvidos, Lula não tinha conhecimento prévio das denúncias sobre o suposto pagamento de mensalão.

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