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Por mais de seis horas o secretário Luiz Fernando Delazari falou sobre segurança no Paraná | Albari Rosa/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Por mais de seis horas o secretário Luiz Fernando Delazari falou sobre segurança no Paraná| Foto: Albari Rosa/Agência de Notícias Gazeta do Povo

O secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando Delazari, participou na tarde desta terça-feira (27) de uma sabatina na Assembleia Legislativa. Delazari falou sobre a segurança pública no estado e expôs dados sobre a pasta que comanda. Depois de falar por cerca de uma hora, a palavra foi aberta aos questionamentos dos deputados. A sessão durou mais de seis horas. A crítica mais incisiva foi feita por Valdir Rossoni (PSDB), que pediu que Delazari se afastasse da Secretaria da Segurança Pública.

"O secretário hoje não goza de prestígio perante os policiais militares e civis para chefiar a secretaria. A melhor resposta que podemos dar à sociedade é o senhor se afastar da secretaria, para mostrar que é possível dirigir a área com competência", disse Rossoni. Delazari se esquivou e não respondeu à provocação feita pelo parlamentar.

"Vou me ater a assuntos da segurança pública", disse o secretário. O deputado de oposição Douglas Fabrício (PPS) também afirmou que Delazari deveria se retirar da área da segurança. "Seria um ato de grandeza se o senhor pedisse exoneração do cargo", afirmou. Na resposta, o secretário disse novamente que iria ater-se sobre o tema da segurança pública.

Outra crítica dura feita por Rossoni foi quanto à operação contra as drogas, realizada na segunda-feira (26), que terminou com a prisão de 279 pessoas no estado inteiro. "Uma (operação) farsa que foi feita ontem, só para o secretário vir hoje aqui. Recebi várias ligações de fontes policiais afirmando que tudo foi armado, uma cortina de fumaça para sua presença aqui", atacou Rossoni.

Delazari foi para a sessão plenária da Assembléia acompanhado pela assessoria de imprensa da secretaria e não respondeu prontamente À denúncia feita pelo deputado de oposição. Após o pronunciamento do deputado Jocelito Canto (PTB), que afirmou que o estado não deve trocar de secretário da Segurança Pública, Delazari deu uma resposta à acusação de Rossoni sobre a operação contra as drogas. "Isso não é verdade, sei o quanto os policiais trabalharam ontem e essa acusação leviana não vai ficar impune", rebateu.

Abutres da tragédia

O deputado Ademar Traiano (PSDB) lembrou de uma declaração polêmica feita por Delazari durante a apresentação de quatro suspeitos de terem participado da chacina, que deixou oito mortos e dois feridos nas vilas União e Icaraí, em Curitiba, no dia 3 de setembro. Na ocasião, Delazari criticou os políticos que, segundo ele, usaram a chacina para fazer política partidária. "São abutres que querem ganhar palanque em cima dos corpos. Admito críticas à atuação da secretaria, mas não admito palanque em cima de tragédias", disse o secretário naquela oportunidade. Na época, os deputados assinaram um requerimento para convocar Delazari a dar explicações na Assembleia sobre a chacina.

Traiano foi incisivo na pergunta. "Vossa excelência se dirigiu aos deputados como abutres da tragédia. Pergunto, quem são os abutres?", questionou. Delazari mais uma vez usou a resposta já usada outras vezes. "Vou focar as minhas respostas às ações de políticas de segurança", definiu.

Exposição

A sessão começou às 14h44 e Delazari falou até por volta das 17 horas, quando tiveram início os questionamentos dos deputados. As galerias da Assembleia ficaram lotadas de pessoas que acompanharam as explicações sobre a área da Segurança Pública do Paraná (Sesp-PR). Vários policiais e delegados também acompanharam a exposição do secretário.

Quando assumiu a palavra, o secretário agradeceu a oportunidade para falar aos deputados. "É uma honra muito grande para eu estar presente aqui participando de uma sessão plenária", afirmou Delazari. A presença do secretário na Assembleia foi possível graças a um acordo feito entre governo e oposição na Casa.

Investimentos

O secretário afirmou que o efetivo da Polícia Militar (PM) no Paraná hoje é de aproximadamente 17 mil policiais na ativa. "Eles são divididos segundo o mapa da violência feito pelo geoprocessamento. Nas áreas mais violentas existem mais policiais", disse. Delazari reforçou por várias vezes que o Paraná é um dos estados que mais investem em segurança no Brasil.

"Em sete anos que estamos no governo foram quase R$ 7 bilhões investidos em segurança", disse. O secretário afirmou que os principais problemas de segurança pública do mundo estão ligados ao tráfico de drogas.

Manifestações

Várias faixas foram colocadas nas galerias da Assembleia reclamando da falta de segurança no Paraná. A manifestação foi feita pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol). "Pedimos melhoria nas condições de trabalho e salarial. Não temos equipamentos adequados para trabalhar. O que o secretário fala é uma maquiagem da situação real das delegacias", disse Ezequiel Ventura, da coordenação geral do Sinclapol.

Questionamentos

A primeira questão colocada para o secretário foi em relação ao plano de cargos e salários para os policiais. De acordo com o deputado Antonio Belinati (PP), a categoria espera há cinco anos sobre um plano de cargos e salários. "Evidentemente que o salário da base que os policiais recebem não é o que o governador ou eu queríamos pagar, mas existe um planejamento que é preciso seguir. Hoje um policial militar entra ganhando um salário base de R$ 1.822", afirmou Delazari.

O secretário explicou que toda a apresentação que fez na Assembleia será disponibilizada no site da Sesp-PR (www.securanca.pr.gov.br). Na sequência das perguntas, o deputado Mário Roque (PMDB) fez uma dura crítica quanto à quantidade de policiais no Litoral. Segundo o parlamentar, são poucos policiais pelo número de habitantes nos sete municípios litorâneos. Delazari afirmou que a preocupação com o Litoral não é diferente das outras regiões do estado. "A não ser na temporada, quando aumenta a população e é feita a Operação Verão." O secretário disse que a Sesp-PR busca otimizar os recursos disponíveis no Litoral.

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