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A oposição quer ouvir o ministro Guido Mantega (Fazenda) no Senado para explicar o que chama de "divergência" entre as previsões da equipe econômica e os números reais de crescimento do país. O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) protocolou nesta sergunda-feira (25) requerimento na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para que Mantega seja convidado a falar aos senadores. O tucano quer explicações, em especial, sobre a "manobra contábil" que permitiu aumentar o superávit primário em 2012.

Para integrantes da oposição, a "manobra" ameaça a "credibilidade" da economia do país. "Essa contabilidade criativa para fechar o superávit primário pode ter impacto negativo nos investimentos privados internos e externos, além de prejudicar o Brasil nesses tempos de prolongada crise internacional", disse.Como o requerimento é um convite, Mantega não é obrigado a comparecer ao Senado. A oposição não pediu a convocação porque não tem número para aprovar o pedido na comissão -e acredita em acordo com o governo para que o ministro fale ao Senado. A comissão será oficialmente instalada esta semana, quando os oposicionistas pretendem negociar a ida de Mantega.

Senadores governistas afirmam que a disposição do Palácio do Planalto é permitir que integrantes da equipe econômica expliquem aos senadores os números do país. "O governo não quer obstruir nenhuma demanda do Senado, mas precisamos conversar primeiro com o ministro. O governo tem a tranquilidade de querer debater a economia nacional", disse o líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM).

A oposição acusa o governo de "camuflar" números negativos da economia, divulgando previsões que se tornam "irreais" ao serem oficialmente reveladas. Numa critica ao ministro da Fazenda, Dias afirmou que Mantega "é uma mãe-Diná fracassada porque todas as suas previsões se frustram" e acabam "longe da realidade".

Manobra

Desde o início do ano, DEM e PSDB tentam convocar ministros do governo para explicar a operação que envolveu um vaivém de títulos, ações e dinheiro entre Tesouro, BNDES, Caixa Econômica e o Fundo Soberano. Nos últimos dias de dezembro, o governo federal usou um artifício inédito para aumentar sua economia para pagar juros da dívida (o superavit fiscal) de 2012. Pela primeira vez, foi usado recurso do Fundo Soberano do Brasil (FSB), poupança criada em 2008 para investir em projetos de interesse estratégico e socorrer o país em momentos de turbulência.

Uma manobra contábil da equipe econômica, oficializada por meio de portarias publicadas separadamente e sem anúncio no "Diário Oficial da União", permite ao governo dispor de cerca de R$ 19 bilhões. Do total, virão do Fundo Soberano R$ 12 bilhões, correspondentes a 80% dos recursos dessa reserva.

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