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Brasília (AE) – A tensão crescente entre a oposição e o Planalto exaltou os ânimos a tal ponto que líderes do PFL e do PSDB já se organizam para levar adiante um pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Depois da ofensiva de petistas sobre os presidentes do PSDB e do PFL e dos ataques à oposição patrocinados pelo novo presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), tucanos e pefelistas subiram o tom. "Daqui para frente será olho por olho, dente por dente", avisa o líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), que promete levar na próxima semana, à executiva de seu partido, a proposta de processar o presidente Lula por uso de caixa 2 em campanha, mesmo crime que os petistas imputam ao ex-presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG).

"Não se trata de revanche, nem de fazer oposição radical. Vamos sustentar o pedido de impeachment de Lula porque está confirmado que parte de sua campanha foi paga com dinheiro clandestino e sem origem", insiste José Agripino, para quem a configuração de crime eleitoral é "escancarada".

Na mesma linha, o líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), adianta que seu partido não "evitará artificialmente" o impeachment de Lula, porque não é irresponsável. "Mas ao mesmo tempo não permitiremos que um bobo alegre feito o Berzoini atrapalhe os projetos do país", completa. Já o líder tucano na Câmara, Alberto Goldman (SP), lembra que a oposição está contribuindo no Congresso para a aprovação de medidas importantes: "Independentemente até de sabermos que o governo vai capitalizar isto como feito seu".

Os tucanos já falam numa turbulência de alta gravidade. "O quadro brasileiro da crise brutal de corrupção generalizada no Executivo e de crise no Legislativo, agravado pelo conflito entre ministros que se verifica dentro do Supremo Tribunal Federal (STF), acende o sinal amarelo para a crise institucional", avalia Arthur Virgílio. Goldman completa: "Às vezes o conflito adquire dinâmica própria, e o perigo aí é que ninguém segura".

As cúpulas dos dois partidos de oposição colocam o presidente do PT na berlinda e o acusam, inclusive, de atrapalhar a vida do Palácio do Planalto.

"As declarações do Berzoini não levam em conta instituições nem a governabilidade. É só o partido, acima de qualquer coisa", diz Goldman, repetindo queixa idêntica à de Agripino. Ao mesmo tempo em que o deputado tucano rebela-se contra o que considera uma "sórdida tentativa" do PT de arrastar o PSDB para "o lamaçal da crise de corrupção" por que passa o governo, o PFL não se conforma com a "molecagem" de um petista que espalhou cartazes do presidente do partido, senador Jorge Bornhausen (SC), fantasiado de nazista.

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