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Petrobras

Oposição tentará iniciar CPI mista na próxima semana

Com número suficiente de integrantes nomeados pelos partidos, oposição tentará realizar primeira reunião no dia 21

Em uma resposta ao governo, a oposição tentará realizar no dia 21 a primeira reunião da CPI mista (com deputados e senadores) que investigará denúncias contra a Petrobras. Já há número suficiente de integrantes nomeados pelos partidos para que os trabalhos tenham início, mas o prazo para as indicações acaba no dia 20.

O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), disse que a base de apoio do governo federal no Congresso não poderá questionar o início dos trabalhos, já que o prazo previsto nas regras do Legislativo para as indicações estará sendo cumprido - mesmo que o PT e o PROS não façam suas indicações.

"Já temos 19 membros, dois a mais para iniciar os trabalhos. A reunião na quarta-feira não dará margem para nenhuma nova desculpa da base governista, que tem usado a tática de postergar uma CPI mista independente porque não quer, de fato, investigar as graves irregularidades na Petrobras. Há forças poderosas atuando junto com o governo para que a CPMI não funcione", afirmou Mendonça Filho, em nota.

Aliado do governo, o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quinta-feira (15) que vai cumprir o prazo para indicar membros à CPI mista caso o PT não escolha quem deve participar das investigações. "A instalação não tem nada a ver com o presidente [do Congresso], a única coisa que depende do presidente e eu vou fazer no prazo é a indicação dos nomes dos partidos que não indicarem. Eu vou seguir os mesmos prazos que segui em relação à CPI do Senado", afirmou.

Na manhã desta quinta-feira (15), o líder do PT, Vicentinho (SP), garantiu que irá apresentar os nomes dos quatro integrantes a que o partido tem direito no colegiado. "Claro que vamos indicar nossos melhores companheiros para esclarecer todas as verdades mas também todas as mentiras sobre esse caso", afirmou. No entanto, o deputado não informou se fará as indicações nesta semana ou apenas às vésperas do encerramento do prazo.

Questionado se o partido deixaria o presidente do Congresso decidir em nome do PT, Vicentinho alfinetou a oposição. "Nós não fazemos como a oposição que fala uma coisa, mas pratica outra", afirmou, se referindo à tentativa de esvaziamento da CPI da Petrobras exclusiva do Senado, em que os partidos de oposição retiraram as suas indicações como forma de pressionar pela criação da comissão mista.

O PT defende a CPI composta apenas por senadores porque tem maioria esmagadora de seus integrantes. Como a oposição boicotou a CPI do Senado, apenas o senador Cyro Miranda (PSDB-GO), indicado por Renan, representa os adversários do governo na comissão de inquérito que possui 13 integrantes.

O plano de trabalhos da CPI do Senado blinda a presidente Dilma Rousseff e o governo nas investigações, mas mira em temas que desagradam prováveis adversários da petista nas eleições de outubro, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-governador Eduardo Campos (PSB-PE). O PT incluiu nas investigações o Porto de Suape (PE) e a plataforma P-36 da Petrobras, que afundou durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Os petistas ainda trabalham para a instalação de uma outra CPI mista para investigar as denúncias de corrupção e de cartel em obras de trens e metrôs em São Paulo durante gestões do PSDB. "Queremos apurar tudo [do cartel] e estamos ansiosos para começar. Mas estamos ainda na expectativa da CPI mista que trate do caso do PSDB em São Paulo", disse Vicentinho.

Apesar de o STF (Supremo Tribunal Federal) ter negado a inclusão do tema "Porto de Suape" para ser investigado pela comissão de inquérito, o relator da comissão, senador José Pimentel (PT-CE), dedicou um capítulo das investigações para a refinaria de Abreu e Lima (PE), incluindo sua interligação com o porto.

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