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Apesar das acusações que pesam contra Cunha, os líderes da oposição têm preferido cautela nas manifestações públicas sobre o caso. | UESLEI MARCELINO/REUTERS
Apesar das acusações que pesam contra Cunha, os líderes da oposição têm preferido cautela nas manifestações públicas sobre o caso.| Foto: UESLEI MARCELINO/REUTERS

Com a revelação de documentos que associam o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a contas secretas na Suíça, os principais partidos de oposição vão reiterar nesta terça-feira (20) o pedido de afastamento de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da Presidência da Câmara.

Conselho de Ética pedirá explicação à Mesa sobre mudança de prazos no caso Cunha

Após submergir desde a divulgação dos documentos, a oposição decidiu renovar os termos da nota divulgada no fim de semana passado. A ideia é não ser enfática de forma a desagradar Cunha, mas marcar uma posição para não ser acusada de silenciar sobre o caso. O presidente da Casa, como na vez anterior, foi comunicado sobre a nova nota.

Apesar das acusações que pesam contra Cunha, os líderes da oposição têm preferido cautela nas manifestações públicas sobre o caso.

Nos bastidores, afirmam que não podem dar passos em falso para não inviabilizar o impeachment da presidente Dilma Rousseff, que depende em grande parte do aval do presidente da Câmara, a quem cabe deferir ou indeferir os pedidos de impedimento recebidos.

Em almoço com líderes nesta terça, Cunha sinalizou que pretende acabar com a polêmica com o STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o rito que ele havia estabelecido para o pedido de impeachment.

Cunha teria dito que se não obtiver até o dia 15 de novembro resposta a recurso que apresentou contra essas liminares, irá revogar o rito que havia proposto para o impeachment, levando a questão “à estaca zero”. O objetivo seria tentar tirar do STF o poder de definir de que forma se dará esse procedimento.

Estiveram no almoço os líderes do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), do PSD, Rogério Rosso (DF), do PTB, Jovair Arantes (GO), do PP, Eduardo da Fonte (PE), do PRB, Celso Russomanno (SP), do PSC, André Moura (SE), e do nanico PHS, Marcelo Aro (MG).

Conselho de Ética pedirá explicação à Mesa sobre mudança de prazos no caso Cunha

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PSD-BA), anunciou nesta terça-feira, 20, que pedirá explicações à Mesa Diretora da Casa sobre a mudança dos prazos para que o colegiado devolva o processo que pede investigação do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por quebra de decoro parlamentar.

Araújo disse que, somente nesta terça-feira, quase uma semana após enviar o pedido de abertura de investigação sobre Cunha à Secretaria-Geral da Mesa, soube que o prazo para devolução do processo é de três sessões ordinárias - e não qualquer tipo de sessão, como entendia.

“Estranhei quando recebi a notícia. Estava contando que a resolução também valia para o Conselho de Ética”, afirmou o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara. Araújo referia-se à resolução 7 da Mesa, a qual estabelece que qualquer tipo de sessão, seja ela ordinária ou extraordinária, vale na contagem de prazos.

Ele afirmou que pedirá as explicações de forma oral. Segundo Araújo, será uma “conversa” com a Secretaria-Geral, e não diretamente com o presidente da Câmara. “Se eu me convencer, não me resta nada além de esperar o prazo”, afirmou. Araújo disse não enxergar a mudança como uma “manobra” de Cunha para atrasar a ação. “Não vejo por esse prisma”, declarou.

Pela interpretação da Mesa Diretora de que só valem sessões ordinárias, o prazo para a devolução do processo sobre o presidente da Câmara ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar só acaba nesta quinta-feira, 22, quando a terceira sessão ordinária deve ser realizada. Com isso, destacou Araújo, a convocação dos membros do colegiado deve ficar para a próxima semana, “contra minha vontade”.

‘Acusações graves’

Apesar de dizer que não pode emitir opinião por ser presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, Araújo avaliou que as “acusações” contra Cunha são “graves”. “A imprensa diz que as provas são fortes, mas ainda não peguei, não li”, ponderou, voltando a descartar interferência política na atuação do colegiado.

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