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Vinculação

Propostas devem enfrentar resistência de governadores

Quando foi abraçado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), o Orçamento Impositivo teve forte oposição do governo federal. Mas, diante da certeza da derrota, o Planalto aceitou acordo segundo o qual haverá destinação de 50% das emendas para a área da saúde.

Nos estados, a resistência dos Executivos deve se repetir. "Novas vinculações orçamentárias são absolutamente indesejáveis. Já temos as vinculações de educação, saúde, e para área de ciência e tecnologia", diz o secretário de Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi. "Acho impróprio um orçamento impositivo apenas para as emendas parlamentares. A minha opinião muito firme é que todo o orçamento deveria ser impositivo."

Prioridade do Congresso Nacional, a Proposta de Emenda à Constituição que torna obrigatório o pagamento de emendas parlamentares individuais, o chamado Orçamento Impositivo, desencadeou uma avalanche de projetos semelhantes nas Assembleias Legislativas, que podem comprometer no mínimo R$ 2,8 bilhões em recursos dos estados. Pelo menos 14 assembleias estaduais têm projetos (tramitando ou já aprovados) que obrigam os governadores a executarem as dotações dos deputados, consideradas fundamentais para abastecer redutos eleitorais.

A PEC é uma promessa de campanha do presidente da Câmara Federal, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Deputados e senadores alegam que a proposta acaba com o poder de barganha do Só na Assembleia Legislativa de São Paulo há três emendas em discussão, sendo que duas delas vinculam R$ 1,29 bilhão de recursos do Orçamento estadual aos projetos dos parlamentares. No Rio de Janeiro, os deputados estaduais querem a execução obrigatória de R$ 705 milhões; em Minas Gerais, R$ 517 milhões. Os impactos foram calculados com base nas receitas atingidas em 2013.

Há textos que tratam do mesmo tema sob análise em Goiás, Tocantins, Pará, Rondônia, Amazonas, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Em porcentuais mais modestos, Bahia e Pernambuco já promulgaram emendas às Constituições estaduais vinculando um pagamento mínimo das suas receitas a dotações definidas pelos parlamentares. As assembleias do Pará e do Rio Grande do Norte se adiantaram e optaram por incluir dispositivos semelhantes nas leis orçamentárias estaduais.

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