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A primeira prestação de contas da campanha eleitoral, divulgada ontem pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), não reflete bem a realidade da disputa pelo governo do Paraná. Pelo relatório, o senador Osmar Dias (PDT) gastou o triplo do que todos os outros candidatos juntos: R$ 181.965,65, contra R$ 60 mil dos demais postulantes ao governo. O relatório parcial do financiamento das campanhas é uma das novidades nas eleições deste ano.

De acordo com o tesoureiro da campanha de Dias, Jorge Bernardi, foi levada em conta a movimentação financeira até 6 de agosto, com receita de R$ 273.920. "Tudo o que entrou e o que saiu colocamos no formulário. O nosso objetivo é dar transparência ao processo", afirmou Bernardi. A declaração do senador não estava disponível ontem no site do TSE, mas o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) confirmou o recebimento. Osmar Dias declarou ao TSE que pretende gastar no máximo R$ 11 milhões durante toda a campanha.

Já o PMDB do candidato à reeleição Roberto Requião utilizou os dados referentes até 31 de julho. Na declaração ao TSE, a receita do candidato foi de R$ 588.139,20, enquanto que as despesas foram de apenas R$ 38.312,01 – ou seja, Requião teria usado menos de 7% do que arrecadou.

Pendências

O presidente do comitê financeiro do partido, Milton Buabssi, confirmou ontem que a campanha de Requião já gastou R$ 400 mil, mas apenas o valor declarado ao TSE foi efetivamente pago. "Não há a possibilidade de especificar as contas a pagar. São pendências, coisas que já foram contratadas ou usadas mas ainda não pagas", disse. A expectativa de Requião é gastar até R$ 15 milhões. "Faço a locação de um avião, por exemplo, até a empresa emitir nota e a gente fazer o lançamento leva tempo", acrescentou Buabssi.

As contas do candidato Flávio Arns (PT) também seguem esse caminho. Pela declaração entregue ao TSE, Arns gastou apenas R$ 3.337,65 até o fim de julho. Foram arrecadados R$ 74.000. "A gente negocia prazos e muitas das faturas só vencem agora em agosto. O que foi pago até 31 de julho realmente foi muito pouco", afirmou o presidente do comitê petista, Pedro Paulo Costa. Mas ele defende a prestação de contas como maneira do eleitor acompanhar as candidaturas. "Já é importante, apesar de ser ainda um pouco vago. Mas a próxima (que deve ser entregue em 6 de setembro) será muito mais completa.

O candidato Rubens Bueno (PPS) declarou que arrecadou R$ 45 mil e que os gastos, até 4 de agosto, foram de R$ 18.290. O responsável pelas finanças, Jorge Gomes Rosa Filho, disse que esses valores refletem bem a movimentação financeira do candidato. Arns e Bueno estimaram os gastos máximos da campanha em R$ 4,9 milhões.

Melo Viana, que concorre ao governo pelo PV, informou que recebeu R$ 12 mil em doações e teve despesas de R$ 3.985. Os candidatos Ana Lúcia Pires (PRTB), Jorge Martins (PRP), Luiz Adão (PSDC) e Antônio Roberto Filho (PSL) declararam que não tiveram nenhuma movimentação financeira na campanha. O candidato Luiz Felipe Bergmann (PSOL) não havia entregue o formulário dentro do prazo, que venceu no domingo. A assessoria dele informou que o candidato ia protocolar a prestação ontem no Tribunal Regional Eleitoral (TRE). A reportagem não conseguiu confirmar nem com o TRE nem com o candidato Ivo Souza (PCO) se ele havia feito a prestação de contas.

Prazo

A próxima parcial do financiamento das campanhas deve ser entregue ao TRE em 6 de setembro. Essas contas não são fiscalizadas pelo tribunal. Após as eleições, os partidos têm prazo de 30 dias para entregar a prestação completa, com notas fiscais e a relação de todos os doadores.

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