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O senador Osmar Dias (PDT) vai cobrar hoje da Executiva Nacional, durante reunião no Rio de Janeiro, uma definição sobre o lançamento ou não de candidato próprio à Presidência da República. O senador quer uma resposta da cúpula do partido, que ameaça recuar no compromisso de priorizar a eleição dos candidatos a governador nos estados. "Me garantiram que o PDT não teria candidato e não acho justo essa mudança, essa imposição de cima para baixo", disse.

A preocupação do senador é a mesma de outros pré-candidatos a governador pelo partido. Com a tendência do Congresso Nacional de manter a verticalização, as alianças para a Presidência da República terão que ser repetidas nos estados nas eleições de 2006. A disposição de o PDT lançar candidato próprio a presidente vai dificultar as coligações nas disputas para governador.

O senador disse que passou seis meses conversando com a Executiva Nacional antes do prazo final de filiação partidária, no final de setembro, e ficou acertado que a prioridade seria a campanha dos candidatos a governador. A garantia pesou na decisão de Osmar Dias em permanecer no PDT e recusar convites de outros partidos, como o PSDB. "Fiquei por lealdade ao partido, fui muito criticado por isso, e espero que retribuam agora", afirmou.

As manifestações de integrantes da Executiva Nacional, inclusive do próprio presidente do partido, Carlos Lupi, em lançar candidato próprio foi "uma surpresa desagradável" para o senador, que pode inviabilizar as candidaduras a governador em vários estados. Osmar Dias faz questão de ressaltar, no entanto, que não é o seu caso. "Estou firme na pré-candidatura, mas não faço fantasia, mesmo que seja criticado", afirmou.

Osmar reafirmou que continua trabalhando nas articulações para disputar o governo em 2006, mas está cauteloso em analisar como ficaria sua situação se for mantida a verticalização e se o PDT insistir em lançar candidato próprio a presidente.

Diante dessa hipótese, os tucanos já estariam de fora da aliança pretendida pelo senador porque também deve lançar candidato próprio à Presidência. "O PSDB é muito importante para nós, mas temos que conviver com a realidade. Acredito na aliança, mas se não for possível, temos que procurar outras alternativas", disse.

O PFL, outro partido tido como aliado, também é dúvida. Se mantida a verticalização, o senador prevê que o PFL só poderá compor a aliança com o PDT no Paraná se não oferecer o candidato a vice-presidente da República na chapa encabeçada pelo PSDB.

Pessoalmente, o senador não acredita mais na queda da verticalização porque a Câmara dos Deputados deixou a votação para a última semana, quando a pauta está carregada e há dificuldade de quórum. "Sempre achei que fosse cair, mas agora não acredito mais. É por isso que estou brigando para que o PDT não tenha candidato a presidente", explicou.

Osmar Dias descarta qualquer possibilidade de aliança no Paraná se o partido disputar as eleições presidenciais. "Isso é ilusão. Se o PDT tiver candidato não vai poder oferecer palanque para candidato de outro partido no Paraná", adiantou. "Se tiver essa decisão, terá que ser cumprida porque o PDT segue um princípio programático. Você não é invisível para subir no palanque dos outros".

O pedetista espera retornar hoje ao Paraná com uma resposta positiva da Executiva. A reunião começa às 14 horas e prossegue durante todo o dia na Fundação Alberto Pasqualini, no centro do Rio de Janeiro. Além do diretório nacional, participam senadores, deputados federais e pré-candidatos a governador.

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