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Troca de afagos: a política externa do governo Lula colocou a Venezuela, de Hugo Chávez, e o Irã, de Mahmoud Ahmadinejad, como parceiros prioritários do Brasil nas relações comerciais | Evaristo Sá/AFP e Roberto Jayme/Reuters
Troca de afagos: a política externa do governo Lula colocou a Venezuela, de Hugo Chávez, e o Irã, de Mahmoud Ahmadinejad, como parceiros prioritários do Brasil nas relações comerciais| Foto: Evaristo Sá/AFP e Roberto Jayme/Reuters

Os resultados recentes da balança comercial entre Brasil, Venezuela e Irã ajudam a explicar o esforço diplomático em relação aos dois países. O mesmo não ocorre com Honduras. Dos US$ 198 bilhões em mercadorias brasileiras exportadas no ano passado, US$ 5,2 bilhões foram para os venezuelanos, US$ 1,1 bilhão para os iranianos e US$ 135 milhões para os hondurenhos.

Outra curiosidade está na relação dos principais produtos negociados entre os países, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. No caso de Honduras, o Brasil exporta essencialmente fios de alumínio. Em contrapartida, importa resíduos do mesmo material.

Já o terceiro produto mais importado dos iranianos no ano passado foram uvas secas – cerca de US$ 1,9 milhão. Os dados demonstram um desequilíbrio na relação entre os países. Nos três casos, o Brasil acumulou enormes superávits ao longo de 2008.

Foram apenas US$ 6,8 milhões importados de Honduras (saldo positivo de US$ 128 milhões). Do Irã, foram US$ 15 milhões (superávit de US$ 1,118 bilhão) e da Venezuela, US$ 539 milhões (saldo de US$ 4,6 bilhões). "É inegável o interesse histórico e pragmático da diplomacia brasileira em ampliar esses mercados", diz o historiador Virgílio Arraes.

Segundo ele, o caso mais emblemático é o do Irã. Atualmente, o país é uma das economias árabes mais interessantes ao Brasil. Apesar disso, o volume de exportações brasileiras para os iranianos caiu 38% no ano passado em relação a 2007.

Arraes lembra que o Brasil tem tradição de negociação com países do Oriente Médio e cita a parceria com o Iraque entre as décadas de 1970 e 80. "Na época exportávamos produtos interessantes comercialmente como automóveis. É só lembrar do Passat que era vendido aos iraquianos, que virou um símbolo do período."

Segundo ele, os iranianos podem ocupar novamente esse espaço. Em 2008, as carnes congeladas foram o produto mais exportado para o Irã (US$ 322 milhões). Apenas em sétimo lugar aparece um produto de maior valor agregado – chassis de ônibus (US$ 51,5 milhões).

No caso da Venezuela, o aspecto econômico tem sido a principal justificativa para que o Senado aceite a entrada do país no Mercosul. Nos últimos 20 anos, o Brasil nunca teve déficit nas relações comerciais com o vizinho. Além disso, as exportações triplicaram entre 2004 e 2008.

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