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Ao discursar na cerimônia de comemoração dos 60 anos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que a fome tem que se transformar num problema político para ser resolvido efetivamente, e não apenas em discurso em momentos de campanha eleitoral. Lula disse ainda que os países mais pobres devem dar um exemplo ao mundo de honestidade e ética. A declaração ocorre dois dias depois de o secretário-geral da ONU, Kofi Annan, ter cobrado em Salamanca, Espanha, o combate à corrupção.

- Nos países mais pobres temos que dar exemplo de severidade, de honestidade e de ética para que possamos merecer os olhares solidários de milhões e milhões de seres humanos que muitas vezes gostariam de contribuir mas que têm medo de que o dinheiro não cumpra a finalidade para o qual foi doado - disse Lula.

O presidente foi aplaudido quando afirmou que a fome não é apenas um problema econômico, tecnológico ou de produção de alimentos:

- É um problema eminentemente político. E a fome no Brasil é acima de tudo um problema de exclusão social. Disso posso dar testemunho porque essa dura realidade aprendi da forma mais difícil, vivendo-a.

Lula fez questão de citar vários dados do programa Fome Zero, mas que na verdade tratam do programa Bolsa Família, como o fato de o programa já atingir 7,7 milhões de famílias. O presidente disse ainda que a fome é uma arma de destruição em massa.

- Ela mata mulheres, fetos, crianças e inocentes, que muitas vezes não aprenderam ainda nem a gritar que estão com fome. Esse desafio não é da FAO, não é meu, não é de nenhum de vocês, é de 6 bilhões de seres humanos - afirmou.

Na cerimônia, Lula recebeu a Medalha Agrícola por sua ação no combate à pobreza e à fome no mundo e reiterou a promessa dos países latino-americanos de acabar com a fome até 2020.

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