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Luziânia, GO (Folhapress) – Mesmo diante das ameaças de Antônio Palocci Filho de deixar o cargo por conta de seu enfraquecimento no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que o ministro da Fazenda está "mais firme do que nunca".

A declaração foi dada em Luziânia (GO), onde Lula participou de evento com trabalhadores rurais, e ocorreu debaixo de chuva, no trajeto entre o salão de eventos e os carros da comitiva presidencial. No percurso, o presidente foi questionado por jornalistas se Palocci continua no governo.

"Ele (Palocci) está mais firme do que nunca", disse o presidente, ao lado de um segurança que tentava protegê-lo com um guarda-chuva. Sorridente ao cumprimentar os jornalistas, o presidente adotou um semblante sério ao responder, com aparente convicção, sobre a situação de Palocci, que, um dia antes, segundo jornais, teria lhe dito que poderia deixar a pasta caso não tivesse suas reivindicações atendidas no governo.

A seguir, já à frente do veículo presidencial e cercado por seguranças e assessores, Lula gesticulou negativamente com a cabeça ao ser indagado se realmente Palocci não deixará o governo no momento em que sofre pressões por mudanças na política econômica e, ao mesmo tempo, responde a denúncias de corrupção.

Em Luziânia, município do entorno de Brasília, o presidente participou de congresso da Fetraf (Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Brasil). Logo no início do evento, depois de ter ouvido gritos de seu nome seguidas vezes pelos cerca de 2.000 presentes, Lula acompanhou uma apresentação teatral na qual o tema era o confronto do "bem" contra o "mal".

A atriz que simbolizava o "capitalismo" e a "concentração de terra" estava vestida de "capeta", com um curto vestido preto e um par de chifres de papelão na cabeça. Ao deixar o evento, o presidente gargalhou ao ser questionado, por duas vezes, se o "capeta" está atacando o Palocci, que condiciona sua permanência ao fim do chamado "fogo amigo".

Antes, em sua fala de 45 minutos toda improvisada, o presidente não abordou a questão econômica do governo. Se resumiu a relatar uma série de números sobre agricultura familiar, Luz para Todos, compra de leite e de alimentos e Bolsa-Família, o que provocou uma certa dispersão dos presentes, que, antes da fala, estavam preparados para um discurso em clima eleitoral.

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