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Após participar de um evento ao lado do governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Dulci, manteve nesta sexta-feira (22) a artilharia governista contra o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) acusando-o de ter feito "ataques duros, grosseiros e até pessoais" à ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff - pré-candidata petista ao Palácio do Planalto. Enquanto Aécio evitou entrar no tiroteio verbal, Dulci acusou também a oposição de adotar o "caminho da baixaria" e disse que o PSDB e o DEM "não têm um projeto alternativo para o Brasil".

Seguindo a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro reiterou a estratégia de estabelecer uma disputa plebiscitária na eleição, comparando o atual governo com a gestão de Fernando Henrique Cardoso. Também não poupou FHC. Dulci chegou a dizer que o ex-presidente "parecia estar torcendo para que o presidente Lula se desse mal" quando estourou a crise financeira internacional.

"Na minha opinião, será uma disputa entre dois projetos. Se o povo brasileiro vai querer a volta do chamado projeto neoliberal que governou o País sob a presidência de Fernando Henrique Cardoso durante oito anos, ou se vai querer a continuidade e o avanço do atual projeto de governo, liderado por Lula".

Panos quentes

Pouco antes, Aécio havia insistido na tese do "pós-Lula", contestando a estratégia governista. "O governo do presidente Lula não é um governo de descontinuidade", afirmou. "A grande questão não é ficarmos fazendo apenas essa comparação. A questão fundamental é olharmos para frente e sabermos dizer à população, sem ofensas, sem ataques pessoais, de forma respeitosa como convém à boa política, quais as razões pelas quais as pessoas deveriam votar no nosso projeto".

O ministro petista e o governador tucano participaram no fim da manhã da solenidade para a autorização das obras no Estádio Independência, em Belo Horizonte. Orçadas em R$ 46 milhões, as obras para a construção de uma arena multiuso serão financiadas por meio de uma parceria entre os governos federal e estadual.

Marca

No início da semana, Dilma deflagrou a troca de insultos entre petistas e tucanos durante visita ao Vale do Jequitinhonha mineiro, quando acusou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de planejar o fim do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e afirmar que os tucanos pretendiam, em 2006, acabar com o Bolsa-Família.

"O PAC é uma marca de um conjunto de obras. O importante não é manter a marca, é manter as obras que são importantes, são necessárias, são feitas com planejamento", disse Aécio, ao ser questionado se o programa deve ser mantido no próximo governo.

O governador minimizou a investida da pré-candidatura de Dilma no Estado, afirmando que o eleitor mineiro é "extremamente politizado" e "não votará em alguém porque o governador indicou ou porque o presidente da República indicou, apenas".

Aécio tem evitado críticas às viagens de Lula ao lado de Dilma, o que a oposição classifica como campanha antecipada. Hoje, durante a inauguração de uma subestação da Cemig em Betim, na região metropolitana, o governador avisou que até sua desincompatibilização, no fim de março, pretende fazer pelo menos 30 viagens ao lado do vice, Antônio Anastasia. Ele explicou que o objetivo é circular com seu candidato na sucessão estadual "para inaugurar um número enorme de obras" no interior do Estado.

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